Dia das Mães: Empreendedoras mostram como conciliar o mundo dos negócios e a maternidade

O número de mulheres empreendedoras cresceu muito nos últimos anos no Brasil. Segundo estudo da Global Entrepreneurship Monitor, conduzido pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) no ano de 2017,  mais de 24 milhões de mulheres são empreendedoras no Brasil, número pouco inferior em relação aos homens que chega a 25 milhões.

Mas uma das questões do mundo feminino corporativo continua sendo: como conciliar a carreira com a maternidade? Empresárias de sucesso e donas de redes de franquias como: SuperGeeks, Instituto Gourmet, Light Food Way e Mary Help contam como conseguem conciliar a vida de empreendedora com a importante tarefa de ser mãe, e falam sobre os principais desafios e conselhos para quem pretende seguir este caminho.

Vanessa Ban – Fundadora da SuperGeeks

Mãe de Brenda, Vanessa Ban enfrenta o grande desafio que é equilibrar o tempo entre sua filha e seu negócio – a SuperGeeks, escola de programação e robótica para crianças e adolescentes.

A empresária sempre teve em mente engravidar em momento oportuno, por isso se planejou para acontecer logo após a SuperGeeks estar estabelecida no mercado, já com as primeiras unidades – hoje a rede conta com mais de 50 franquias.

“Minha relação com a Brenda é baseada no amor, na qualidade do meu tempo com ela. Faço questão de acompanhá-la diariamente e não abro mão de dar o leite dela pela manhã, preparar as papinhas, fazer a malinha dela, brincar com ela, levá-la às consultas médicas e aos passeios, dar o banho, fazê-la dormir à noite”.

Vanessa trabalhou durante todo o período da gravidez, inclusive no dia em que deu à luz e também não tirou licença-maternidade. Mesmo na semana de sua recuperação, ela trabalhou. “Também temos de nos realizar profissionalmente, de modo que possamos servir de exemplo para nossos filhos!”.

Se sentindo plena e realizada como mãe e empresária, Vanessa aconselha outras mães a proporcionarem o melhor ambiente possível de amor e carinho à criança, para que não sinta que o trabalho é mais importante do que ela. Além disso, ser mãe e  dona do próprio negócio ajuda a ter o filho mais próximo e a flexibilizar o tempo. “O tempo não precisa ser integral com a profissão ou com a maternidade, mas sim com qualidade”.

Lucilaine Lima – Fundadora do Instituto Gourmet

A ideia de criar o Instituto Gourmet surgiu em 2010, em Serra no Espirito Santo, quando Lucilaine Lima, formada em biologia, resolveu trocar as aulas que dava para estudantes do ensino médio para investir em vendas de doces caseiros para poder ficar mais perto de seu filho Dylan, hoje com 11 anos.

Lucilaine conta que a parte mais difícil no início era conciliar os horários “foi bem corrido adaptar meus horários de encomenda com os dele, mas depois de um tempo, acabou se tornando mais fácil. Dylan ficava muito tempo comigo e eu acredito que isso foi muito saudável para formação dele.”, comenta.

Com o nascimento de seu segundo filho, Luca, a empresária diz se sentir uma mulher maravilha. “Hoje eu sou mulher, mãe, empresária, dona de casa e esposa. Eu faço tanto coisa que às vezes eu até duvido que sou capaz, mas confesso que não consigo fazer tudo de uma vez só. Eu tento sempre equilibrar as atividades e se for preciso, eu deixo algumas coisas pendentes e está tudo bem.”

Como dica para quem deseja empreender, Lucilaine acredita que o seu maior aliado é o planejamento, sempre priorizando o bem estar da sua família, ela possui listas que a ajuda manter as coisas em dia e organizadas. “Eu sempre fui muito organizada e isso ficou mais evidente com o nascimento dos meus filhos, querendo ou não, nós precisamos ter tempo para tudo, então o planejamento e a organização são grandes aliados.”, finaliza.

Karla Nadir – fundadora da Light Food Way

Isabella já tinha 8 anos quando a mãe Karla Nadir, resolveu abrir uma empresa junto com uma amiga, assim foi criada a Light Food Way, rede de alimentação saudável. A menina não sentiu tanto a ausência da mãe no começo da empresa, já que ela trabalhava fora antes de se tornar empresária.

O fato de ser proprietária e poder manipular os horários facilitou muito, mas muitas vezes, uma ou outra situação diante dos imprevistos do dia a dia acabou acontecendo. “Descobrir formas de dedicar tempo para a família e o empreendedorismo – sem que um atropele o outro – é um grande desafio, mas que pode ser alcançado com paciência, organização e disciplina”, explica Karla.

As mudanças com a chegada de um filho são drásticas, mas saber equilibrar a vida pessoal e profissional talvez seja o desafio mais comum entre as mulheres de negócios. Mães que empreendem e simultaneamente necessitam gerenciar suas famílias sempre ficam na dúvida se o mais adequado era optar por ser mãe ou empreendedora, mas com calma, sempre há solução. O mais importante sempre é a conciliação das tarefas.

Encontrar maneiras de gerenciar o tempo entre os negócios e a família, saber que perder um evento escolar dos filhos pode acontecer e não é o fim do mundo e isso também  vale se tiver que adiar uma reunião ou viagem para levar os filhos no médico.

Simone Carreira – franqueada da Mary Help

foto (2)A empresária Simone Carreira, franqueada Mary Help é mãe de dois meninos. Trabalhou durante 20 anos como executiva da área de marketing, muito distante de onde residia, o percurso até a empresa lhe rendia em média de 3 a 4 horas diárias.

Quando foi dispensa da companhia, Carreira decidiu que não trabalharia mais tão distante, gostaria de ter mais tempo para os filhos. Passaram-se alguns meses e as propostas de emprego que surgiam eram todas em lugares afastados. Percebendo a dificuldade de conseguir algo em sua área, próximo de sua casa, a executiva decidiu abrir o próprio negócio.

Depois de uma longa pesquisa de mercado, Simone optou por investir na franquia Mary Help Diaristas e Mensalistas, rede que se encaixava com seu perfil e tinha um investimento acessível.

Hoje o patamar de rendimentos da unidade já atingiu ao que ela tinha como executiva, a franquia fica tão próxima de sua casa, que ela pode ir caminhando e almoçar com os filhos. Simone não se arrepende de ter trocado de área para ficar mais próxima dos filhos e sente-se realizada por poder equilibrar a vida profissional e pessoal.