Ter uma ideia, ser visionário, estudar uma necessidade de um determinado público e estruturar um negócio que atenda essa parcela da população antes de todo mundo. Colocar em prática e ver o negócio ir tão bem que ele se torna referência e o primeiro de todo um novo nicho a ser copiado pelos que virão mais tarde.
Desbravar assim e abrir caminhos é um talento que apenas alguns empresários possuem. Ter a ideia e executá-la primeiro foi o que aconteceu com o José Roberto Campanelli, o fundador da Mary Help. A rede é a primeira a criar um sistema que aproxima diaristas e prestadores de tarefas domésticas a clientes que buscavam pelos serviços com qualidade e segurança. Agora, ambos estão distantes apenas por uma ligação, alguns cliques em um site e mais recentemente, via aplicativo de celular.
Em 2011 o empresário passou por uma necessidade própria quando precisou de uma diarista e não conhecia nenhuma (muito menos uma com referência sobre seus serviços). Viu então a oportunidade de criar o serviço. “Naquele momento percebi que poderia montar um negócio que oferecesse exatamente isso. Um local onde as pessoas pudessem encontrar prestadores de serviços domésticos de forma prática e simples”, conta o Campanelli. Estava sendo criado o conceito da Mary Help, que em 7 anos já possui mais de 70 unidades em todo o país e é responsável por 20 mil diárias mensais. Só neste ano, novas 20 unidades estão sendo abertas.
A Mary Help revolucionou esse mercado e serviu de inspiração para outras redes que vieram mais tarde. O empresário fundador teve a astúcia de ver que a sua necessidade também era a demais pessoas e que ele poderia aproveitar o momento. Ele também não teve medo de arriscar em algo que ainda não existia. Na criação da empresa, foram investidos cerca de R$30 mil e a rede hoje fatura anualmente em torno de R$24 milhões.
“Quando vejo o nosso trabalho fico muito satisfeito, porque além de ter conseguido criar um negócio ótimo para mim, com a franquia conseguimos criar um excelente negócio para outros também. Nossos franqueados faturam cerca de R$60 mil mensais e entregam um ótimo serviço para os clientes. Impactamos a vida de quem busca um bom serviço e também aproximamos quem tem esse serviço para oferecer de quem o busca”, comenta Campanelli.
Outra empresa que também criou um negócio pioneiro foi a Mineiro Delivery. Em 2012, os irmãos Marlon e Gabriel Ventura tiveram a ideia de modernizar o tradicional marmitex que pediam durante o almoço e chegava sempre bagunçado. Então, se inspiraram nas famosas comidas chinesas – aquelas que são servidas in box – para criar algo, até então inédito, para a população brasileira.
Depois de fazer muitos testes de embalagem, qualidade dos produtos, os dois e o sócio Dhionatan Paulino decidiram que deveriam investir na culinária mineira, considerada pelos três, a melhor do Brasil.
Eles investiram cerca de R$60 mil reais em um espaço para preparar as refeições e fazer as entregas. Em seguida montaram um cardápio com 16 pratos diferentes. Em 2015, eles resolveram ingressar no franchising e em pouco tempo, a unidade piloto já faturava R$ 70 mil reais por mês.
Atualmente, a rede conta com 60 unidades em operação e possui um cardápio com mais de 20 opções diárias, incluindo opções fitness e vegetariana. “Acreditamos que o delivery é uma tendência no mercado da alimentação, pois não vendemos apenas almoço, vendemos praticidade. Hoje cerca de 60% das pessoas comem forma de casa e compram suas refeições baseadas na facilidade e agilidade que a empresa oferece”, comenta Paulino.
Além do serviço delivery que conta com parcerias de empresas como iFood, a Mineiro Delivery também possui a versão Mineiro Fast. O que antes era apenas entregue na casa do cliente, agora pode ser retirado no balcão. As refeições da Mineiro Fast podem ser consumidas no local ou no formato take-away e possuem o mesmo cardápio e qualidade que a versão delivery.
As expectativas para ano é que a rede chegue em 100 unidades comercialidades e ultrapasse o faturamento de R$35 milhões de reais. Atualmente são comercializado mais de 100 mil refeições mensais.
Outra ideia que também levou ineditismo ao setor foi a da SuperGeeks. Empreendedor nato e programador desde os 12 anos, Marco Giroto uniu sua expertise à de sua esposa, Vanessa Ban, formada em letras, para criar a primeira e maior escola de programação e robótica para crianças e adolescentes do país.
O conceito da SuperGeeks surgiu em 2012, no Vale do Silício (EUA), onde o casal morava. Lá perceberam que escolas, empresas e políticos estavam se mobilizando para ensinar Ciência da Computação para crianças e adolescentes. Amantes da tecnologia e da educação, Giroto e Ban, fundaram a marca e levaram o conceito ao Brasil. Para saber se o negócio daria certo em terras brasileiras, eles criaram um site para sentir a receptividade dos brasileiros.
Ao retornarem ao Brasil em 2014 e totalmente sem dinheiro, eles decidiram colocar em prática a SuperGeeks e alugaram uma sala em São Paulo, para reunir as pessoas que demonstraram interesse através do site. Embora todo começo seja difícil, eles se surpreenderam, pois conseguiram logo de cara 40 matrículas para os cursos de programação. Juntaram então as economias que tinham e com apenas R$ 12 mil compraram computadores, conseguiram um espaço maior e iniciaram as aulas. O franchising veio logo no ano seguinte. Hoje já são mais de 50 unidades e 5 mil alunos matriculados.
A SuperGeeks prepara crianças para demandas futuras e que façam parte de uma massa digital qualificada e preparada. A rede oferece cursos de ciência da computação com metodologia exclusiva, o que inclui os regulares (semestrais/anuais), extras e os denominados “QuickCodes” (com duração de um a dois meses). São crianças entre 05 e 16 anos que fazem cursos para aprender ciência da computação a partir do desenvolvimento de games, conhecimento em robótica, realidade virtual e aumentada, inteligência artificial e também da criação de aplicativos e sistemas web, incluindo questões de redes de computadores e servidores.