Pioneira em levar público feminino para dentro da loja, Tintas MC hoje tem metade dos cargos de liderança ocupados por mulheres

Rede segue ampliando a presença delas em seu quadro de funcionários e nas funções gerenciais

Até meados dos anos 1970, entrar em uma loja de tintas não era tarefa das mais atraentes. Falta de organização, sujeira, má iluminação e atendimento informal e pouco especializado faziam do ambiente um espaço hostil a todos os públicos, especialmente o feminino. Se nessa época os estabelecimentos pareciam mais um depósito bagunçado, o panorama começou a mudar a partir de 1974, quando a Tintas MC, maior rede de lojas de tintas do Brasil, adotou um novo conceito com a inauguração de sua unidade na Vila Mariana. Hoje, mais do que o pioneirismo em trazer elas para dentro das lojas, a empresa tem metade de seus cargos de liderança ocupados por mulheres.

O caminho para transformar um local desagradável em convidativo não foi simples. Na contramão do mercado, a empresa fez as enormes pilhas de latas empoeiradas darem lugar a um ambiente limpo, moderno e organizado. Na sequência, as mulheres, então excluídas deste universo, passaram a integrar o atendimento, mostrando na prática que aquele era um espaço para todos.

A iniciativa deu tão certo que, em pouco tempo, casais e até mesmo crianças passaram a frequentar o local. Desde então, todas as unidades da rede passaram a ser inauguradas segundo este novo modelo, e as lojas de tintas mudaram de cara por completo no Brasil. Para completar, a mulher, essencial para essa revolução, também consolidou seu espaço em um mercado antes tão masculino.

“A grande sacada da Tintas MC foi perceber que as mulheres participam, sim, do processo de compra, mas os estabelecimentos não eram apropriados para recebê-las. Nosso desafio foi adaptar as unidades para atrair este público. Aos poucos, mudamos o layout, incorporamos elas no atendimento e criamos um ambiente mais agradável, acolhedor e inspirador para que todas se sentissem bem-vindas”, revela Flávia Sá, diretora de Marketing e Franquias da rede.

Mulheres no comando

No caso da Tintas MC, a transformação não se restringiu ao balcão. Após abrir espaço para que elas trabalhassem nas mais diferentes funções dentro da loja, hoje metade dos cargos de liderança da marca são ocupados por mulheres. Das oito gerências administrativas que integram a rede, nada menos que quatro (Crédito e Cobrança, Marketing, Recursos Humanos e Financeiro) ficam sob responsabilidade delas, percentual bem acima da média nacional, que é de apenas 37,4% segundo dados da pesquisa Indicadores sociais das mulheres no Brasil, publicada pelo IBGE em 2021.

“Historicamente, as lojas de material de construção sempre foram um ambiente muito masculino, pois a grande maioria da população lembrava dos produtos pesados e achava que só homens poderiam ocupar aquele espaço. Porém, aos poucos fomos desmistificando essa ideia. Hoje, temos muitas lojas mistas que usufruem do melhor de cada cenário, e essa mudança já se reflete até na direção da empresa, que vem se tornando cada vez mais diversa”, explica Flávia.

Um futuro cada vez mais feminino

Mesmo com todos os avanços voltados para a inclusão da mulher tanto como consumidora quanto como trabalhadora e gestora dentro do mercado de Casa & Construção, a Tintas MC segue trabalhando para ampliar ainda mais o espaço delas no segmento. Apenas no último ano, a admissão de mulheres na rede cresceu quase 50%, passando de 29 em 2020, para 53 contratadas em 2021. E a expectativa é construir uma empresa cada vez mais diversa nos próximos anos.

“Se hoje temos tantas mulheres em cargos gerenciais e como franqueadas, isso não é fruto de uma política específica, mas algo que veio acontecendo naturalmente dentro da Tintas MC ao longo de décadas. Em um esforço para incluir o público feminino, criamos um espaço mais acolhedor. E elas foram muito além de simplesmente entrar nesse ambiente, pois encontraram oportunidades de crescimento, desenvolvimento e empoderamento. Fico feliz de ver cada vez mais mulheres assumindo funções de liderança e se tornando empreendedoras no nosso setor”, encerra Flávia.