Mesmo enfrentando dificuldades, as mulheres ganham cada vez mais espaço na liderança das franquias no Brasil. Segundo a pesquisa produzida pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), os desafios ao empreendedorismo feminino ainda são grandes, mas importantes conquistas foram alcançadas. O último levantamento, realizado em 2015 pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), também mostra o avanço: 49% do setor de franquias é comandado pelo público feminino.
Segundo levantamento feito em 2016 pelo Global Entrepreneurship Monitor, em parceria com o Sebrae, o número de mulheres que trabalham em empreendimentos com pelo menos três anos de mercado cresceu 15,4%, enquanto o total de homens foi de 12,6%. Isso mostra que empresárias e franqueadas vêm conquistando espaço e excelentes resultados no mundo dos negócios.
No Kumon, maior microfranquia educacional do país, que conta com quase 1.500 unidades espalhadas pelo Brasil, 96% dos franqueados são lideradas pelas mulheres. De acordo com Julia Shiroiwa, gerente de expansão da rede, entre os motivos para elas optarem pelo modelo de franquia estão a realização pessoal e profissional. “Antes de escolher o negócio para atuação, as mulheres costumam fazer uma análise detalhada. Elas valorizam muito o atendimento da rede durante a fase de pesquisa e processo seletivo/treinamentos, as oportunidades para conhecer outros franqueados e buscam um negócio que, além do retorno financeiro, traga satisfação e realização profissional e pessoal”, diz.
Ainda de acordo com a pesquisa da ABF, os principais motivos apontados pelas mulheres que optam pelo franchising estão: suporte para a operação dos negócios, apoio na localização para a instalação do negócio, segurança para estar no mercado e a possibilidade de estar mais próximas da família. O setor, que não para de crescer, registrou em 2018 um faturamento de R$ 179 bilhões, quase 7% a mais do que 2017.
O público feminino procura identificação com a atividade oferecida e avalia a rotina de trabalho para conciliar com a familiar, independente do segmento de atuação. O importante é colocar em prática a capacidade de empreender, vencendo desafios e conquistando novos espaços no mercado de trabalho.
Para Fernanda Bortoline, de 36 anos, que comanda a unidade do Kumon no centro de Rio Branco, no Acre, a maior motivação para seguir em frente, mesmo com todas as dificuldades de empreender no Brasil, é saber que está contribuindo para o futuro de inúmeras crianças. “Participar do crescimento delas, ver que, aos poucos, adquirem independência, desenvolvem o autodidatismo, concentração, raciocínio lógico é algo vai contribuir para o desenvolvimento pessoal da criança”, diz.
Julio Segala, que há mais de 24 anos atua no setor de franquias no setor de educação, acredita que investir nesta área, além de satisfação financeira, traz uma recompensa pessoal de poder contribuir com o futuro do país. “Trabalhar com educação impacta positivamente a vida das pessoas, e se torna uma missão de vida para muitos empreendedores. A educação é um universo de oportunidades, mas é também uma área bem exigente, de muita responsabilidade”, diz o executivo.