José Roberto Campanelli, 61, engenheiro de alimentos por formação com pós-graduação em Marketing, dono de um extenso currículo, apostou em muitas áreas antes de fundar a Mary Help. Com passagens por rede de fast food, joalheria, comercialização de placas entalhadas em madeira, venda de produtos de aromatização de ambientes, chegou até a investir em uma empresa de corretagem de venda de algodão para o Brasil e Ásia.
Além da carreira corporativa de 27 anos desenvolvida em duas multinacionais do ramo alimentício, atuando como Engenheiro de Alimentos e Gerente de Marketing, na maioria das demais áreas em que atuou, o empresário conta que com erros e acertos sempre obteve êxito e retorno financeiro e que houve diversos motivos para mudanças de ramo de negócios.
Um exemplo é a experiência que teve como proprietário de uma rede de joalherias. Quando entrou no mercado de jóias, acreditou que realmente estava no caminho certo. Chegou a ter três lojas da rede italiana Blue Spirit, atuando em shoppings centers importantes do Estado de São Paulo, capital e interior. As mercadorias vendidas eram 100% importadas e o negócio foi iniciado em 1998 quando a 1 dólar equivalia e apenas 1 real.
Já em janeiro de 1999, entretanto, o real foi desvalorizado em 80% e pouco mais de 2 anos após, em junho de 2001, sofreu nova maxidesvalorização de 40% chegando 1 Dólar a valer R$ 2,80. Apesar destes revezes, até ai as coisas foram bem, mas tudo complicou em 2002 quando a taxa do dólar chegou a R$ 4,00. A alegria que um dia a Blue Spirit trouxe, havia se tornado tristeza.
Campanelli percorreu um longo caminho até se estabilizar e focar apenas na Mary Help, a primeira rede de franquias de diaristas e mensalistas do Brasil, que idealizou com equipes próprias para serviços em residências e pequenas empresas.
“Sempre tive espírito empreendedor e por mais que estivesse atuando em minhas áreas de formação, sempre trabalhei em atividades paralelas, que durante muito tempo superaram em rendimentos o que recebia como funcionário na minha carreira corporativa. Passei por muitos setores onde aprendi muito, mas encontrei na área de serviços para residências e pequenas empresas um nicho grande e até então inexplorado. Resolvi, então, apostar todas as minhas fichas.”, conta Campanelli.
A ideia de fundar a rede de franquias Mary Help, surgiu da necessidade. O engenheiro não encontrou uma profissional diarista para trabalhar em sua casa quando mais precisou.
“Pedimos para amigos, parentes e vizinhos a indicação de uma diarista que pudesse fazer serviços em minha casa, mas ninguém tinha um nome para recomendar. Achei um absurdo ter essa dificuldade em uma cidade com mais de 400 mil habitantes”, afirma o empresário.
Intrigado com a falta de profissionais, José Roberto procurou empresas que fizessem diárias em residências, mas só encontrou grandes limpadoras que atuavam em clientes também de grande porte. O resultado negativo nas buscas e o embasamento em diversas pesquisas de mercado que se sucederam, mostrando o retrato real do trabalho doméstico no Brasil e suas tendências, eram o que o empreendedor precisava para embarcar em um novo negócio.
Em abril de 2011 nasceu a pioneira Mary Help Diaristas e Mensalistas, agência com profissionais para limpar, faxinar, lavar e passar roupas, cozinhar, cuidar de idosos, babás, entre outros serviços. Além de agenciar diaristas, as unidades Mary Help fazem processos seletivos de empregados mensalistas e também a terceirização de mão de obra destes profissionais.
A Mary Help se tornou sucesso inicialmente em São José do Rio Preto onde Campanelli residia e já no final de ano de criação a empresa entrou para o ramo do franchising. O empresário que sempre conciliou diversas funções, só largou realmente as outras atividades que exercia para focar apenas na agência dois anos após a sua fundação.
Hoje a rede está presente em todas as regiões do Brasil, tem 50 unidades franqueadas e em 2015 faturou mais R$ 12 milhões. A Mary Help gera atualmente dois mil empregos e realiza por mês cerca de 10 mil diárias.
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