Um dos momentos mais difíceis na vida de uma pessoa é quando ela resolve sair do caminho das certezas para arriscar algo novo, sem muitas garantias. No empreendedorismo, além da frustação, há em jogo altos valores financeiros. Raphael Mattos, 27 anos, resolveu arriscar, e, ao invés de priorizar os negócios sólidos e altamente lucrativos da sua família, investiu no seu próprio negócio.
Terceira geração de uma parentela empreendedora com mais de 30 anos de especialização no segmento de alimentos – em específico, camarão – logo cedo, o jovem resolveu ir atrás de sua própria independência. Aos 18 anos se mudou para os Estados Unidos para estudar administração de empresas com ênfase em empreendedorismo. E mesmo se aventurando desde criança neste universo empresarial, foi em terras estrangeiras que ele teve seu primeiro empreendimento formalizado.
A experiência veio com a apresentação de um projeto final da faculdade, onde Mattos precisou desenvolver um ‘business plan’ de um modelo de negócio criativo, inovador, realizável e tangível aos recursos que ele tinha disponível naquele momento. Após um período de análise o tema surgiu: Assistência Técnica para aparelhos celulares! Raphael começou a notar a constante procura de pessoas por um profissional que consertasse a tela quebrada do telefone móvel. “O vidro de fabricação era muito frágil, e deixava o consumidor sem opção de garantia ou assistência por mal-uso do aparelho. Sem esses recursos, a busca por algo ou alguém que ajudasse a resolver o problema aumentava a cada dia”, explica o empreendedor.
A ideia foi desenvolvida a partir de um case de sucesso de dois empresários que abriram uma empresa de assistência em Orlando (FL) e faturaram US$1 milhão de dólares em menos de um ano em atividade. “Foi ai que pensei: ‘Se os americanos estão passando por isso agora, no Brasil, existe uma grande oportunidade de negócio. Afinal, todos nós sabemos que se um empreendimento começa a dar certo fora, é só uma questão de tempo para chegar em território nacional. A partir daí, não medi esforços para fazer meu negócio acontecer’. Meu último ano de faculdade foi estudando esse case e o trazendo para a prática”, conta.
Raphael convidou um colega para ser seu sócio e, juntos, começaram a atender os clientes na sala de jantar dele. Dedicados, aprenderam tudo sobre reparo destes aparelhos e começaram a intensificar os estudos sobre negócios. E voltaram para o Brasil já com o plano de abrir uma assistência e expandir o negócio com o sistema de franchising no modelo de quiosques em centros comerciais. Mas, “Infelizmente, chegamos um mês atrasado para a reunião com os maiores shoppings do Brasil. Já tinham fechado contrato com empresas da mesma atividade. Hoje, essa assistência conta com cinco localidades de rua no Rio Grande do Sul, e eu acabei vendendo minha participação para meu antigo sócio”, relatou.
Da decepção à satisfação
Mas a veia empreendedora começou a pulsar cada vez mais forte. Inquieto, Raphael voltou ao mercado em busca de algo… A procura do seu próximo negócio de sucesso. Em 2014, ainda no Brasil, o jovem e um amigo investiram na unidade de uma franquia de publicidade em saco de pão no Recife (PE). Durante 10 meses, a tarefa diária se resumia nas vendas dos serviços, onde tiveram sucesso por mérito próprio, de forma bastante independente até o momento em que ele enxergou o “tamanho da bomba-relógio que estava metido”. “Percebi que a marca era insustentável, não possuía suporte nenhum ao franqueado e sonegava pelo menos 80% do seu faturamento, sem contrato de franquia”, contou.
Decepcionado, ele começou a planejar sua volta aos Estados Unidos, mas paralelo a isso, Raphael começou a idealizar um negócio induzido pela experiência anterior. Junto a dois amigos que se tornaram seus sócios, analisou erros, pesquisou acertos e conduzido pelo know-how dos serviços da família, criou a PremiaPão! A viagem foi prorrogada por tempo indeterminado e a nova empresa se tornou o principal plano.
Caminhos que se cruzam
Diego Castro, 27 anos, é um dos idealizadores da marca junto a Raphael. Castro, sempre se sentiu diferente das demais pessoas por não se adaptar aos locais em que era empregado. Descobriu que esse incomodo existia porque ele nasceu para empreender. Com a parceria feita e a alma aliviada, ele também se entregou aos trabalhos. “A mídia no saco de pão é um veículo sensacional, mas que estava sendo mal explorada pelas franqueadoras existentes na época. Então surgiu a ideia: ‘Por que não criarmos um modelo sustentável, de forma inovadora que possa expandir e ser uma oportunidade para empreendedores como nós em todo o Brasil?´”, falou o empresário que hoje é diretor comercial e responsável por todo planejamento de expansão.
Idealização do negócio
A microfranquia de ecomídia – com sacos biodegradáveis e iniciativas sustentáveis, como o plantio de uma árvore para cada produção realizada – foi formatada do zero em meados de 2015. Sobre as vertentes – franquia barata e modalidade home based, em 2016 a marca começou a ser vendida para interessados de muitas regiões próximas, e a necessidade de uma estratégia de expansão para todo o mercado nacional foi antecipada.
“Neste momento eu e meus sócios começamos a mergulhar no mundo do marketing digital. Vimos diversas histórias de pessoas criando infoprodutos e os comercializando de forma sistemática através de ferramentas digitais, atingindo resultados extraordinários. Para nós, este sistema de vendas se encaixava muito bem, porque com o suporte digital meus franqueados podem adquirir a franquia em qualquer lugar do Brasil, trabalhar de casa, e ter acesso a todo nosso treinamento, suporte de criação, publicidade e propaganda e comunicação de vendas – tudo online”, falou.
Com a ampliação da rede, foram contratados profissionais qualificados para compor o time. Sólida e forte no mercado, hoje a PremiaPão conta com mais de 200 unidades, já atingiu praticamente todos os estados brasileiros e gera um faturamento anual de R$3 milhões. A meta da empresa agora é fechar o final do ano com 350 franquias e um faturamento acima de 5 milhões de reais.
Diferente do que se encontra no mercado, o compromisso com o investidor é uma das maiores forças da rede: o suporte é full-time, e existe um plano de carreira com metas e bonificações para cada franqueado. Além disso, a microfranquia possui um dos investimentos mais baixos do mercado: R$6 mil para cidades até 100 mil habitantes, R$10 mil para locais de 200 mil habitantes e R$14 mil para municípios de até 300 mil habitantes. E o retorno é muito atraente: de 1 a 4 meses.
A marca convence também o consumidor por possuir o melhor custo benefício ao que diz respeito as ações de marketing, e junto a isso, possui uma repercussão muito acentuada! Em uma só tiragem, os anúncios atingem cerca de 30 mil lares, impactando aproximadamente 120 mil pessoas.
A experiência positiva vem incentivando Raphael a querer crescer cada vez mais. Agora, o jovem está investindo em mais um empreendimento, desta vez, no ramo de alimentação – “assim como manda a tradição familiar”. A internacional: Pizza Studio, logo chegará em solo brasileiro por meio do empreendedor. “Nossa expectativa é de que a marca vá crescer muito por aqui, e que vá ‘bombar’ no mercado. Já planejamos a expansão de 300 unidades no período de cinco anos”, finalizou.