Empreendendorismo no setor de estética vira uma beleza de negócio

Os últimos dias tornaram praticamente impossível cuidar das estéticas facial e corporal, como de costume, diante dos salões fechados. Algo que está sendo uma das prioridades no afrouxamento das regras da quarentena. Dentro desse cenário, o mercado de estética, que movimenta R$ 10,9 bilhões de reais por ano, número comparável ao de todo o setor de eletrodomésticos e eletrônicos, deve ser um dos raros segmentos a crescer na contramão da Covid-19.

Segundo a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o crescimento das vendas foi impulsionado pelo comércio eletrônico. De acordo com o Mastercard SpendingPulse, índice responsável por analisar o volume de vendas em todas as categorias de pagamento (o que inclui dinheiro e cheques), o e-commerce cresceu 75% no mês de maio e já dobrou o faturamento em junho. O mesmo confirma a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), ao informar que esse aumento saltou de R$ 2,9 bilhões para aproximadamente R$ 6,4 bilhões, um aumento de 117% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Mesmo com o Corona Vírus, o Brasil assumiu 2º lugar no ranking dos países que mais realizam procedimentos estéticos, perdendo apenas para os EUA e ganhando da Itália, Japão e Mexico. Os cinco juntos representam  38,4% dos procedimentos estéticos de todo o mundo. Com o isolamento social, as compras virtuais de botox, depilação a laser e preenchimento foram as mais adquiridas durante o confinamento, e as empresas que criaram ofertas para o cliente efetuar o pagamento antecipado para o uso pós a reabertura dos estabelecimentos conseguiram alavancar as vendas.

Foi o caso da AD Clinic, que cresceu 523% nas vendas pela internet e presencial com hora marcada. A franquia que já tem quinze unidades em operação nas regiões sul e sudeste, mediante o cenário da Covid-19 abre as portas para engordar o faturamento do setor nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná. A estimativa é que até o final do ano totalizem 60 unidades em todo o país, posicionando entre as cinco maiores redes de estética do país. “Estamos fechando o mês de junho com meta de vendas batidas acima da estimativa” comemora Rodrigo Nunes, CEO da franquia. Antes da pândemia, a marca pretendia totalizar um investimento aproximado de R$ 24 milhões de reais, mas, com a chegada da Covid-19, a empresa readequou o plano de investimentos, priorizando ações sociais como doações de kits de máscaras e álcool em gel para hospitais do Paraná.

ME DESCULPE A CRISE, MAS A BELEZA É FUNDAMENTAL 

Para muitas pessoas, nesse cenário de pandemia, o empreendedorismo surge como uma alternativa à falta de emprego. Sem experiência e com receio de investir em uma ideia própria, procurar uma franquia acaba sendo uma opção que traz certa sensação de segurança. Afinal, as empresas franqueadoras costumam oferecer apoio em todo o processo de abertura e gestão do negócio.

Entre as condições especiais que estão fazendo o mercado crescer na crise estão as reduções de taxas, aumento no número de dias para a inauguração da unidade, bônus com produtos, entre outras. De acordo com Rodrigo Nunes, o franqueado demora cerca de 60 dias para abrir uma loja, tempo destinado à busca do local, compra de equipamentos, projeto arquitetônico entre outros. “Ou seja, quando o comércio voltar à normalidade o empresário já estará com a unidade pronta para atender presencialmente o consumidor”.

Os números do setor também são animadores. De acordo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o mercado de franquias teve aumento de 6,4% em 2020. “Reflexo do comportamento dos novos franqueados que estão investindo em baixa para ganhar quando o setor estiver em alta”, afirma o empresário.