O mercado de franquias é um dos poucos setores brasileiros que não viu seus índices ficarem negativos com a crise econômica. O setor cresceu modestamente, mas se manteve firme e em expansão nos últimos anos. A força do franchising brasileiro explica e proporciona para franqueados, negócios de sucesso, que mesmo com a retração geral da economia, conseguem sobreviver e crescer prevendo resultados ainda melhores para 2019.
Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Franquias (ABF), o desempenho do mercado de franquias no primeiro semestre de 2018 foi 6,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses deste ano, as franquias que atuam no país faturaram R$ 79,5 bilhões, contra os R$ 74,4 bilhões faturados no primeiro semestre de 2017. Na análise trimestral do faturamento por segmentos, destaque para as áreas de Entretenimento e Lazer, com crescimento de 16,1%, Hotelaria e Turismo (14,6%), Casa e Construção (11,3%), Comunicação, Informática e Eletrônicos (9,8%), além de Alimentação (9,7%).
Na Dídio Pizza, o casal de franqueados Ricardo e Delma Salles tocam a unidade Bonfiglioli (SP), da rede de pizzarias delivery. Atualmente, eles vendem cerca de 2500 pizzas por mês, mas o início não foi assim. O casal tinha tanta certeza sobre o sucesso que poderiam fazer à frente de uma unidade da rede que não tiveram dúvidas quando optaram pela franquia: para conseguir o valor do investimento inicial colocaram a casa em que moravam à venda.
“Já éramos clientes da Dídio Pizza há anos. Eu morava na Granja Viana, a 10km da unidade, mas a pizza é tão boa, mas tão boa que eu preferia ir até a Dídio Pizza da Bonfiglioli buscar a minha no balcão do que pedir delivery das outras pizzarias do bairro. Foi quase que natural, quando comecei a buscar um negócio para investir e sair da vida corporativa, procurei a Dídio, conversei com a franqueadora, mas ainda não possuía o investimento inicial”, conta Ricardo.
Entre a conversa com a franqueadora, a decisão de vender a casa para investir em uma unidade da pizzaria e concretização desta venda se passou cerca de um ano. Com o dinheiro no bolso, o casal voltou na Didio Pizza e a unidade de que eles eram clientes fiéis estava disponível.
Após o treinamento de 45 dias, os franqueados abriram as portas da pizzaria em junho de 2015. “Já naquele ano aumentamos o número de pizzas vendidas saltando de 2100 para até 2800 pizzas por mês. Com a crise econômica em 2016 e 2017 vimos as vendas caírem até 700 por mês, mas não esmorecemos. Hoje, com as ações e organização da franqueadora e todo o trabalho duro que estamos fazendo em conjunto, voltamos para a marca de 2500 redondas mensais. Estamos confiantes para 2019 e a meta é chegar a pelo menos 3 mil”, afirma otimista Ricardo.
Franqueado de uma unidade da Super Visão em Taubaté (SP), José Ronaldo dos Santos está para abrir mais uma franquia na mesma região e outras duas também no interior de São Paulo. A rede é pioneira em vistorias automotivas. O carro chefe é o serviço de vistoria cautelar, mas a unidade oferece também laudos de transferência.
A primeira unidade dele foi em São Paulo, mas que foi fechada assim que ele decidiu se mudar para Taubaté (SP). Ele abriu então uma unidade na região investindo R$150 mil. Hoje a franquia fatura cerca de R$120 mil por mês e conta com uma carteira de 35 clientes fixos. Desde o início da operação realizou mais de 100 mil laudos. “Notei que o serviço de vistoria era pouco conhecido e que no futuro ninguém compraria um carro sem solicitá-lo. O mercado está em crescimento para empresas que apresentam apurado grau de especialização como é o caso da Super Visão”, conta José.
O sucesso com o negócio foi tão grande, que o empreendedor irá inaugurar outra unidade em Taubaté. Ele também conta com outra franquia em Guaratinguetá que já está em funcionamento e em Pindamonhangaba, em fase de credenciamento pelo Detran.
Outro caso de sucesso, é o de Ana Paula Lemos, franqueada da MTCred em Campinas (SP). A franquia é especializada em crédito consignado. Para conseguir atingir crescimento de 80% com relação à 2017, ela tomou algumas iniciativas, como elaboração de estratégia diariamente, motivação de funcionários e acompanhamento todos os dias do fluxo de caixa e produção da loja. A franquia atualmente fatura cerca de R$60 mil por mês.
A empreendedora começou na MTCred trabalhando como gerente de loja. Após três anos, ela recebeu a proposta de comandar a unidade como proprietária. Ela investiu inicialmente cerca de R$30 mil para abrir o negócio, que está há três anos na cidade.
Segundo ela, a demanda por crédito consignado continua crescendo e pelos mais diversos motivos, entre eles pagamento de dívidas, viagens, bens materiais e até mesmo doenças.