Estamos vivendo a 3ª Guerra Mundial. Ela é diferente de tudo que imaginávamos. As batalhas dessa guerra não têm armas, bombas ou tecnologia nuclear, nada disso. O inimigo é um só e, praticamente, invisível. Estamos lutando contra a Covid-19, causador da doença conhecida como Coronavírus. Rapidamente, essa luta se tornou global. Governos, empresas e cidadãos estão atordoados, pois sem precedentes desta magnitude, não têm a experiência necessária para embasar suas atitudes. Mesmo em proporções diferentes, eu que tenho 70 anos e já vivi muita coisa, posso me valer da minha vivência para enfrentar essa situação, ainda que seja desconhecida.
Em momentos como esse, a maioria sai perdendo e poucos ganham. Não é hora de apontar culpados e se deixar levar pelo jogo do empurra-empurra. Exatamente quando a instabilidade financeira e emocional atinge em cheio uma empresa é que temos a oportunidade de saber qual é o seu verdadeiro propósito. Fica evidente se realmente o propósito das organizações é “pra valer” ou é mais um discurso vazio, enquadrado na parede.
Diante do isolamento social e da velocidade e eficiência exigidas, primeiramente pelas empresas do setor da saúde, governos e setor produtivo de forma geral, acredito que estamos diante do cenário propício para o surgimento de inovações importantes em todos os campos: processos, serviços e produtos.
Trazendo essa reflexão para o ambiente corporativo, não é hora de demitir! Não é hora de comprometer a cadeia de fornecedores. É hora sim de colocar a inovação em prática, ou seja, de executar novos modelos de forma rápida. Ao mesmo tempo, a falta de resultado de uma organização machuca, porém a falta de caixa mata. Para que tudo isso aconteça é necessário garantir o caixa e, para tanto, praticar o bom senso.
Foco nas pessoas e nos clientes. Que mudanças essa crise provocará no cidadão/consumidor de amanhã? O que podemos fazer para atender suas novas expectativas e/ou necessidades. O que será importante para ele? Haverá, sem dúvida, uma demanda reprimida após o caos instalado. Que demanda será essa?
Antecipar-se ao cliente e entregar valor será sempre o melhor caminho para a retomada. Seja por meio de novos processos, serviços ou produtos. Por exemplo, não restará mais dúvida sobre o crescimento e a importância de processos digitais e de análise de dados, que resultem em avaliação e implementação rápidas.
Nesse cenário, cabe ao líder repactuar a confiança de todos os envolvidos: colaboradores, clientes, franqueados, fornecedores, parceiros e comunidade. Com transparência e crença no propósito de cada marca é que se volta ao equilíbrio e se prepara as empresas para o futuro, seja lá qual for.
Porém, primeiro é preciso encarar as dificuldades e entender como cada um de nós pode contribuir para minimizar o caos. Na emergência é que a cidadania corporativa e a solidariedade se fazem ainda mais necessárias. Mais uma vez, é responsabilidade do líder a visão do futuro. Não apenas de seu negócio, mas da sua comunidade e do planeta. Não é fácil controlar as emoções, mas minha recomendação é afastar a irracionalidade que tomou conta das últimas semanas e buscar sempre a coerência com o propósito individual e da cada corporação. É no propósito que estará o caminho para as respostas mais difíceis.