Pandemia. Nunca mais, o mundo será o mesmo. Certamente, você está saturado de ouvir algo relacionado a essas frases e, se já parou para pensar, realmente sabe que a globalização, pelo menos, não será a mesma, daqui para a frente. Em relação à expansão por franquias, se já está difícil expandir-se no mercado interno, quem dirá levar sua marca para o exterior… O que fazer, se seus planos incluem a internacionalização?
Uma de minhas expertises é justamente a internacionalização de marcas – de lá para cá e de cá para lá – e posso dizer que no momento aconselho meus clientes a investirem em seus planejamentos em relação às unidades franqueadas (ou até mesmo próprias) no exterior.
Mas, antes desta análise, se é um bom momento ou não, voltemos um passo. Cabe evidenciar que o franchising baseia sua vantagem competitiva em ativos intangíveis, como marca, patentes, conceito de negócio, seu nível de capital intelectual e tecnologia, ou seja, é uma boa maneira de transmissão de recursos intangíveis, com baixo risco de capital ou, pelo menos, menor do que internacionalizar por unidade própria.
Para alcançar sua internacionalização, os franqueadores devem reconhecer que, primeiro, precisam desenvolver recursos e capacidades em seu mercado doméstico, ter uma marca reconhecida, capacidade financeira, relações estabelecidas de longo prazo com seus franqueados e capacidade de gestão, pois estes pontos aumentarão as possibilidades de internacionalização da marca.
Portanto, você está forte o suficiente no mercado brasileiro? Já explorou sua total, ou até mesmo parcial, potencialidade por aqui? Opera com qual capacidade? Tem certeza de que não pode oferecer novas formatações? Sua estratégia, tática e operacional, está de acordo para um novo país de destino?
Após essa análise, cabe prosseguirmos com nossa conversa, pois estamos entendendo que o processo de internacionalizar uma franquia pressupõe estas competências anteriores, conforme descritas acima, e a exploração de novas potencialidades.
Acredito que este momento que estamos vivendo seja primordial para o estudo de mercado – e não propriamente para internacionalizar.
Para exemplificar, a Coife Odonto estudou o mercado chinês durante cinco anos, segundo explicou Rodolfo Magalhães, seu CEO, em um dos Encontros da ABF online. Este estudo e a decisão de para qual mercado seguir possibilitam muitos aprendizados para serem implementados no mercado doméstico, como tecnologia, processos e operação.
Uma outra possibilidade de iniciar a internacionalização é pelo caminho da exportação – mas, atenção, pois a partir do momento que o produto ou serviço entram no mercado internacional, a empresa estará suscetível a exigências feitas pelo mercado local.
Em resumo, a exportação assume grande relevância para a empresa por ser o caminho mais eficaz para garantir o seu próprio futuro em um ambiente globalizado cada vez mais competitivo, que exige das empresas brasileiras plena capacitação para enfrentar a concorrência estrangeira, tanto no país como no exterior. Para exportar, o franqueador precisa estar habilitado no Portal Siscomex, para que a Receita Federal possa acompanhar como a empresa está atuando dentro do Comércio Internacional.
Então, se sua marca ainda não se internacionalizou, agora é um bom momento para desenhar o processo, estabelecer a estratégia ou modo de entrada no país destino, mas não deixe de questionar o quanto sua marca é representativa no mercado doméstico. Hoje, é um bom momento para estudar os mercados, adaptações de produtos e serviços e entender ainda mais seu público alvo.