Empreender não é tarefa tão simples como parece, requer muita dedicação. Agora imagina para mulher que ainda divide o tempo do trabalho com os afazeres domésticos e nos cuidados com os filhos e marido? No entanto, elas sabem tirar de letra toda essa correria e movimentam a economia brasileira.
O empoderamento feminino vem ganhando cada vez mais força com o número de mulheres que escolheram serem donas do próprio negócio. Segundo dados da GEM 2016/ 2017, a taxa de empreendedorismo feminino vem crescendo rapidamente, até mais que o empreendedorismo masculino. Desde 2014 mais de 163 milhões de mulheres abriram um negócio em todo o mundo.
Veja a história de mulheres que escolheram o franchising para ter a oportunidade de negócio próprio mesmo não tendo experiência na área de atuação:
Nunca é tarde para empreender
Formada em artes visuais, Janaína Cláudia Gonçalves, de 43 anos, buscava por algo que pudesse dar ainda mais prazer e qualidade de vida fora dos muros da escola. Professora concursada pelo estado e em instituições particulares sua vida era muito atribulada, com aulas nos três períodos do dia, além disso, sua remuneração e a qualidade de vida não mais a agradava.
Incentivada pelo esposo Aguinaldo, a quem atribui hoje o seu sucesso, Janaína começou a se aprofundar no assunto de empreendedorismo quando o amado a apresentou a redes de franquias no segmento de serviços. “Não conhecíamos nada a respeito de seguros, porém a franqueadora nos transmitiu confiança desde o primeiro contato. A oportunidade de trabalhar com produtos que contribui a estabilidade na vida das pessoas despertou o meu interesse nesse segmento”, lembra. Ela investiu na San Martin Corretora de Seguros em São Paulo, capital.
Aos 40 anos de idade, Janaina se tornou dona do próprio negócio e investiu cerca de R$15 mil na franquia para tocar da própria casa o empreendimento por vir ao encontro com a qualidade de vida que buscava. Antes só para deslocamento de uma escola para outra no final do dia perdia 3 a 4 horas, além do stress no trânsito. Em 18 meses conseguiu recuperar o valor do investimento. Desde 2016 na franquia e ainda mais realizada profissionalmente, ela consegue tocar o negócio de qualquer lugar que esteja, o que a possibilita viajar e curtir a família.
“Essa profissão me permite estar onde eu quiser. Já viajamos para vários lugares de férias e permanecemos em atendimento apenas carregando conosco um notebook. Mesmo atuando home office me imponho algumas regras, como por exemplo focar mais no trabalho durante a semana. Mas hoje também consigo fazer um curso, ir ao cabeleireiro, levar meus sogros ao médico, devido a flexibilidade que o negócio me traz, o que eu não tinha antes de se tornar empreendedora”, afirma.
Janaína nunca teve medo do que é novo e acredita que tudo o que é desafiador modifica as pessoas para melhor. “Apesar de um excelente suporte prestado pela franqueadora queria também fazer a minha parte. Voltei para sala de aula, agora como aluna. Fui fazer a Funenseg (única escola de habilitação de corretores de seguros do país) e em 2018 me formei corretora de seguros. Iniciei a graduação quando meus filhos já estavam grandes, na verdade era a realização de um sonho que tomou proporções ainda maiores quando fiz pós-graduação na USP. Quando comecei a empreender dividia meu tempo entre a escola e o novo negócio, até que pedi a exoneração para me dedicar exclusivamente à corretora, tendo em vista as expectativas para início de operação que já vinham sendo alcançadas”, relembra.
A perspectiva é que o faturamento da sua unidade cresça 40% comparado com o ano passado.
Segundo seu ponto de vista, as mulheres costumam ter a mão de ferro quando estão à frente de um negócio. “Porém elas costumam atrelar suas habilidades em executar mil coisas ao mesmo tempo com sua intuição, que muitas vezes é mais aguçada nas mulheres, além de serem mais sensíveis e receptivas. Quando se sentem confortáveis naquela função sabem como ninguém onde quer chegar”, conclui a empreendedora.
De funcionária a dona de negócio
Após trabalhar por quase 30 anos em uma joalheria, Andréa dos Santos Gomes, de 48 anos foi demitida. A dificuldade de recolocação no mercado de trabalho com o nível salarial similar que recebia a fez mudar de ideia na carreira. “Vi que aquela era a chance de eu me tornar dona do meu próprio negócio, por isso comecei a pesquisar para empreender em uma área que além de promissora eu tivesse afinidade, então optei pelo segmento de beleza”, lembra.
Andréa contou com a ajuda e parceria do seu irmão André dos Santos, que juntos investiram na franquia SUAV (rede com foco em serviços de estética express) e abriram no início de fevereiro deste ano uma unidade em Copacabana, no Rio de Janeiro.
“Empreender era um projeto, que foi um pouco antecipado e motivado pelo meu desligamento da empresa que trabalhei desde os meus 18 anos de idade. Aprendi muito com as pessoas ao longo desse período e acredito que posso ter sucesso e fazer um bom trabalho em meu próprio negócio”, afirma a empreendedora que é formada em Administração de Empresas com MBA e levará essa experiência para a gestão do seu negócio.
Com o empreendimento ainda tomando forma, Andréa salienta que trabalhará duro para alcançar, em até um ano, o faturamento de cerca de R$80 mil. Já nas primeiras semanas de implantação foi possível observar a receptividade das clientes que se identificaram com os serviços oferecidos: a facilidade de encontrar depilação, design de sobrancelha e esmalteria na mesma estrutura sem a necessidade de agendar horário foi a aposta do modelo de negócio escolhido pela empreendedora.
Casada e mãe de dois filhos adolescentes, desde muito cedo ela buscou a independência que sempre almejou e é motivo de orgulho aos seus familiares, devido à garra e persistência que sempre desempenhou em seu trabalho.
Para a franqueada, as mulheres a cada dia provam que são capazes de acumular muitas funções com uma qualidade e inteligência surpreendente. “Estão em todas as áreas, desempenhando as mesmas funções que os homens, com muita competência e respeito”, finaliza.
Caminhos se abrindo
Leila Batista da Silva é uma das três mulheres franqueadas em um total de 72 unidades que apostou na Gigatron Franchising (rede desenvolvedora de software para empresas do varejo). Ambiciosa e dedicada, em 2013 ela comprou a franquia para trabalhar como home office, com o aumento da sua carteira de clientes expandiu o negócio para espaço físico e, em 2017, teve a ideia de comprar uma nova franquia da marca, já em operação, porém o antigo proprietário queria retomar a carreira de professor.
“Foi uma grande ousadia, pois nunca tínhamos investido tão alto em algo (cerca de R$60 mil). Além do valor, tínhamos mais 60 clientes para dar suporte. Apesar de tudo essa transição foi tranquila, embora enlouquecedor o volume de trabalho. Desde então nenhum cliente desistiu dos nossos serviços, pelo contrário, recebemos mais indicações e isso nos deu credibilidade maior junto à franqueadora, pois consolidamos como suporte e implantação da Gigatron”, diz. Leila tem ao seu lado o suporte do irmão, responsável pela parte comercial.
Hoje a franqueada é responsável por atender toda a grande São Paulo, principalmente Osasco e zona sul, isso possibilitou a classificar entre as top 5 dentro da franqueadora.
Aos 43 anos, Leila não pretende parar por aí, pelo contrário, quer aumentar ainda mais a atuação da sua empresa, mesmo trabalhando muito, sem dias de folga. Ela, que se considera uma guerreira profissionalmente e na vida pessoal, já que criou sozinha a filha, hoje de 15 anos, diz que tudo que conquistou nesses anos de trabalho árduo é gratificante.
“Já enfrentei desconfiança por ser mulher atuando em uma área onde a predominância de homens no comando é forte, mas não me deixei levar por alguns olhares ‘tortos’. Sou séria, firme e responsável, então isso gera uma admiração e uma postura firme para clientes e colaboradores”, ressalta a empreendedora que fatura mensalmente (bruto) cerca de R$40 mil.