As franquias têm sido uma porta de entrada para brasileiros que sonham em ter seu próprio negócio. O setor é próspero, proporciona segurança através do suporte e know-how da marca, comporta os mais variados segmentos e ainda apresenta um leque extenso de possibilidade de investimentos. Por esses e outros motivos, ele é atrativo e movimenta bilhões na economia.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF), há anos vem mostrando que independente do cenário econômico, os números desse setor são sempre positivos. Somente neste segundo trimestre, houve um crescimento nominal de 8,4% em comparação com o mesmo período de 2017. Ou seja, houve um salto de R$37,565 bilhões, para R$40,734 bilhões. Desenvolvimento que se acentua pelo Brasil inteiro.
Interiorização de franquias
Porém nesses últimos tempos, um movimento no franchising vem chamando bastante a atenção. “A interiorização das franquias brasileiras é uma realidade. Hoje vemos marcas conhecidas em pequenas cidades, distantes dos grandes centros urbanos. Essa capacidade do franchising de chegar a todos os lugares deste imenso Brasil, levando marcas, produtos e serviços para todos os públicos revela a força do setor e a certeza de que as franquias continuarão expandindo em todo o território nacional”, aborda e explica, o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior.
Esse cenário vem ganhando força desde 2017. Inclusive, neste mesmo ano, um levantamento divulgado também pela ABF apontou que das 30 cidades brasileiras com maior número de unidades de franquias, 10 não eram capitais. Aliás, o estudo mostrou que algumas dessas economias locais tiveram um ritmo de recuperação superior à média nacional – evidenciando tamanha força existente.
Potencial em Petrolina
Mais de 700km separam Petrolina (PE) de Recife (PE). Foi lá no interior que o empresário Hércules Antônio David Barbosa, resolveu abrir seus negócios. Nascido em Minas Gerais, ele se mudou com a família (esposa e filhos) em 2011 para Petrolina. Por lá, abriu uma empresa de contabilidade na qual carrega seu nome e conduz até hoje. E acompanhado o desenvolvimento da cidade que não para de crescer (se destacando como a 5ª cidade mais populosa de Pernambuco), resolveu abrir mais um negócio mais um empreendimento, desta vez, uma franquia no ramo de alimentação. A escolha? Brasileirinho Delivery.
A franquia oferece comida popular brasileira na caixinha. A apresentação inusitada e o sabor dos alimentos que são feitos com ingredientes frescos e naturais, surpreende e fideliza o consumidor. No cardápio, ao todo são 27 opções que vão desde pratos tradicionais, como arroz carreteiro, feijão tropeiro, galinhada e escondidinho, à linha mais saudável como, a linha fit e vegana.
O empresário afirma que a prospecção local fomentou o desejo pela oportunidade. Ele explica que a cidade gera muita movimentação, principalmente devido a fruticultura irrigada, e outras áreas que ela fomenta, como as grandes vinícolas existentes por lá, e que tornam o comércio forte. Petrolina é uma das maiores exportadoras de frutas do Brasil, envia semanalmente toneladas para a Europa, Japão e Estados Unidos.
“Essa é uma cidade que tem um potencial econômico extremamente positivo para qualquer tipo de investimento. A cidade é polo de outros municípios aqui do interior do sertão de Pernambuco. Nós temos cerca de um milhão de habitantes, e essas pessoas vem para nossa cidade que é muito bem estruturada e está em pleno desenvolvimento – é um canteiro de obras. Petrolina é convidativa a qualquer investimento, na área de alimentação então, a gente nota um mercado em crescimento e com muito potencial. Se a empresa for bem organizada, ela consegue gerir ótimos resultados”, fala o Hércules, sobre seu ponto de vista.
Modelo de negócio
O Brasileirinho conta com duas propostas de negócios – Express (sistema delivery) com investimento de R$100 mil e Full (sistema delivery + área de alimentação). O empreendedor optou pela segunda. “Decidimos explorar todas as possibilidades por acreditar no negócio. Mergulhamos de cabeça”, declara.
Entre as promessas, ele conta apostar muito em duas frentes, uma delas é o delivery, já a outra, é o aumento na busca da população por alimentos saudáveis. Alguns estudos confirmam essa percepção. De acordo com dados a Euromonitor International, em 2017, o setor de food service, que inclui restaurantes, lanchonetes, bares, cafeterias, self-service e serviços voltados a delivery e pedidos para viagem, movimentou R$ 418 bilhões aqui no país. Até 2022, a indústria deve gerar ainda um momento de R$ 526 bilhões no Brasil.
Esse crescimento ocorre impulsionado principalmente pelo fato dos pedidos para viagem e via aplicativos, serem considerados mais acessíveis por não envolverem serviços como estacionamento, taxas de serviço de garçom, gorjeta e couvert artístico.
O tema alimentação também promete render bons frutos, já que o número de interessados diante desse setor é progressivo. O Brasil ocupa hoje a 5ª colocação no mercado mundial de alimentação saudável – e que deverá movimentar, somente neste ano, R$ 63,5 bilhões. Segundo uma pesquisa desenvolvida pela Euromonitor, até 2021, o crescimento do segmento será de 4,4%.
Parceria
Hércules tocará a operação em parceria com uma sócia que possui expertise no ramo de alimentação. Sonia Maria Melo acumula anos de experiência no famoso mercado central de Belo Horizonte, e dirige ainda, um famoso restaurante de Petrolina – local em que reside há 6 anos. Ela ficará responsável por todo o processo da cozinha.
“Em uma viagem à Viçosa (MG), minha cidade de origem, comecei a amadurecer a ideia de investir em uma franquia de alimentação e logo me veio à cabeça que a Sônia seria a sócia perfeita e poderíamos celebrar uma sociedade promissora, já que tínhamos juntos todas as ferramentas necessárias para operar e gerir o negócio com a excelência que a nossa querida Petrolina merece”, relata Hércules. Ele conheceu a sócia no restaurante dela em Petrolina, logo se tornou cliente e amigo.
Expectativas de desenvolvimento
Animado, o empresário revela possuir as melhores expectativas. A pretensão é de faturar de R$40 mil no curto prazo (até o sexto mês), R$60 mil a médio prazo (primeiro ano) e R$80 mil a longo prazo (a partir do primeiro ano). Além disso, releva a pretensão em abrir mais uma unidade na vizinha Juazeiro (BA).
“Acredito muito nesse negócio, espero prosperidade e estabilidade financeira, mas sei que virá às custas de muito trabalho e abdicação, gerencialmente, disciplina e organização. As principais dificuldades, creio que seja a instabilidade política no nosso país. Porém, por ser uma franquia, aposto muito no respaldo e nas orientações da equipe. Sei que juntos atingiremos o sucesso”, finalizou.
