Após três altas consecutivas neste ano, a propensão dos empresários do comércio a expandir seus negócios ficou praticamente estável em junho, após a eclosão de uma nova crise política em meados de maio. O Índice de Expansão do Comércio (IEC) atingiu 91 pontos em junho, ante os 91,5 pontos registrados no mês anterior, uma leve queda de 0,4%. Na comparação com junho de 2016, quando o indicador registrava 72,6 pontos,houve alta de 25,4%. A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, em decorrência da recente crise política, a tendência de retomada da economia, com as reformas e os ajustes (aprovados ou em via de aprovação), fica postergada. Diante desse cenário de incertezas, os empresários do varejo entraram em “compasso de espera” para avaliar a situação, que ainda não está clara.
Com isso, a expectativa de contratação de funcionários caiu 2,4%, passando de 112,6 pontos em maio para 109,9 pontos em junho, mantendo-se dentro da zona de satisfação. Na comparação com junho de 2016, quando a expectativa estava em 86,3 pontos, houve um crescimento de 27,3%. Já o nível de investimento das empresas subiu de 70,4 pontos em maio para 72,2 pontos em junho, alta de 2,6%. Em relação ao mesmo mês de 2016, quando o item registrou 58,9 pontos, a alta foi de 22,6%.
Para a Federação, os resultados ainda são melhores que os de 2016 em função do cenário econômico que vinha se normalizando até então. O resultado de junho, segundo a FecomercioSP, indica que a tendência de retomada pode sofrer reveses nos próximos meses, caso a atual situação política demore a se definir.
Nota metodológica
O Índice de Expansão do Comércio da região metropolitana e São Paulo é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas.