Empreendedor vai da falência aos milhões vendendo propaganda em saco de pão

Com dois sócios, Diego Castro criou a rede PremiaPão, cujo faturamento foi de R$3 milhões em 2016

Fracassar não é sempre um mau negócio. Para empreendedores natos, a experiência adquirida contribui bastante como aprendizado na hora de tentar algo novo, de novo, já que “superar e seguir em frente” está no sangue desse grupo. Diego Castro é exemplo disso, ele viu seu sonho de ter um negócio próprio se tornar pesadelo duas vezes – após ver seus empreendimentos falirem, apesar da angústia, aguardou pacientemente a próxima oportunidade. Atualmente aos 27 anos, pouca idade mas com muita experiência e história pra contar, ele conduz um negócio de sucesso que faturou mais de R$3 milhões em seu primeiro ano de operação.

No caso, a marca que está fazendo sucesso é a PremiaPão. Rede de franquias que promove a venda de propaganda em saquinhos de pão. Criada em Recife (PE), a mesma foi rascunhada em 2015, e em 2016 com o avanço agressivo no universo empresarial, além do faturamento conquistado, em plena era de restauração econômica, superou o número de 140 franqueados e segue com um plano ousado para ser alcançado até dezembro.

De menino sonhador ao empresário de sucesso

Diego que nasceu e mora em Recife (PE), apresentou ainda cedo os primeiros sinais de que possuía espírito empreendedor. Quando criança já vendia seus brinquedos para colegas de classe, e por isso, sempre tinha um dinheirinho no bolso para gastar com lanche e o cinema da semana.

O comportamento era incentivado pelos pais, principalmente pela figura paterna que sempre o preparou para o mercado de trabalho – mesmo que o incentivo viesse de exemplos simples do dia a dia, como a arrumação da casa. Menção que fazia, nitidamente ao contexto: “comportamento bom em casa, comportamento exemplar no trabalho”. E assim foram os dias, até Diego completar 18 anos e ter que escolher um curso para estudar na faculdade.

“Meus pais estudaram administração de empresas e me incentivaram a fazer o mesmo. No primeiro período, eu já estava apaixonado por ele e tinha certeza que estava no lugar certo”, falou o empresário.

Aos 19 anos, surgiu a primeira oportunidade de estágio em uma agência bancária, onde vendia créditos consignados para pensionistas e aposentados. “Aprendi bastante ali. Eram altas metas e curtos prazos”, lembra o jovem. Após essa experiência, várias outras foram surgindo, todas em pequenas e médias empresas. “Porém, em nenhuma consegui me estabelecer por mais de um ano”, explica.

Depois de vários empregos, ele chegou à conclusão (após muita autoanálise) de que não parava em nenhum porque o problema era com ele. Como gosta de dizer: “Não nasci para a estabilidade, e sim, para o risco!”. E aos 23 anos, com a ajuda e incentivo do professor de empreendedorismo, ele começou a rascunhar projetos que imaginava startar. E o sonho de ter o próprio negócio, começou a acompanha-lo desde então.

A partir dai, surgiram duas tentativas de montar uma empresa bem sucedida. A primeira aposta foi em uma paleteria mexicana. “O pai de amigo tinha uma pequena fábrica de picolés, cujo comércio girava apenas em torno do bairro local. Logo identifiquei que este mercado estava em alta, mas ninguém estava trabalhando com a venda deste produto com carrinhos na praia, apenas em lojas. Carrinhos com picolés gourmet na praia seria a revolução, pensei”.

Entusiasmado, Diego começou a planejar o negócio e a coloca-lo em prática. Mas foi impedido de prosseguir por desencontros societários que impossibilitou o progresso do mesmo, levando-o à falência. “Ali aprendi que sociedade é como um casamento, se não houver cumplicidade, dedicação e desejo ardente de fazer dar certo de ambas as partes, o negócio não vai pra frente”, falou.

Triste, porém, esperançoso, o empresário seguia alimentando o sentimento de que seu lugar era no empreendedorismo e só de pensar em voltar para o mercado de trabalho já se sentia angustiado. Ainda na faculdade, com menos de um ano após a primeira tentativa, ele passou a procurar outra oportunidade e sem demora identificou um nicho: “Observei que em cada esquina da cidade existia uma placa de sinalização com uma propaganda acima de grandes empresas locais. Fiquei curioso e fui mais afundo nas pesquisas”, revelou.  

Foi nesse momento que ele visualizou a “mina de ouro”. A cidade de Jaboatão dos Guararapes, vizinha a Recife não tinha esse serviço e seria uma grande possibilidade de iniciar esse projeto por lá.  “Não demorou muito pra eu chegar até a empresa, passei a estudar o negócio. A partir dessa pesquisa consegui todas as informações necessárias para duplicar a ideia com um produto mais barato e mais inovador que a empresa atual. Criei então, a DK Comunicação Visual que trabalhava com postes indicadores de vias públicas”, disse.

O sistema consistia em uma rede de mostradores implantados ao longo dos corredores de trânsito que prestavam serviços de alcance social e turístico informando dia e noite, o nome de ruas, logradouros, pontos de táxi e eram programados tanto para sinalização quanto em campanhas institucionais. Porém, no quarto mês de atividade, a empresa foi impedida de prosseguir devido a uma licitação aberta pela prefeitura no qual não teve participação, e por isso o governo deu exclusividade para outra e, assim, a DK Comunicação Visual foi obrigada a fechar as portas.

“Depois de duas tentativas frustradas, passei a entender que a lição do fracasso é o segredo do sucesso! Tudo que passei me deu conhecimento para ser cada vez mais assertivo e eficaz em meus projetos. Voltei para o mercado de trabalho e o sentimento de insatisfação era gigantesco, em menos de seis meses pedi demissão para mais uma nova jornada”, relatou.

RECOMEÇO

Em meio ao momento de mau agouro, durante um jantar, Diego conheceu o esposo da melhor amiga de sua noiva – Raphael Mattos. E entre uma prosa e outra, o tema empreendedorismo foi se tornando aos poucos o assunto principal da noite. E não demorou muito para que Diego fosse convidado a participar de uma oportunidade de negócio.

Essa oportunidade era de associar-se a uma unidade franqueada de uma rede de publicidade a partir da gestão de Raphael com o sócio Pedro Machado. “Eu nunca tinha visto aquilo na minha vida, unir o saco de pão e agregar valor a ele como um veículo de mídia. Batemos o martelo e expandimos o negócio adquirindo mais uma franquia onde eu atuei de frente na região Sul do Recife. Em menos de um mês, vendi todos os espaços do saquinho e começamos a ter clientes fidelizados e extremamente satisfeitos com nosso trabalho. Principalmente porque estávamos oferecendo serviços que iam além do proposto pela franqueadora, começamos a fazer o pós-venda, mensuração e acompanhamento da mídia, postagens em redes sociais, entre outras. Porém, em contrapartida, nós como franqueados estávamos muito insatisfeitos com a marca que não dava um treinamento de qualidade, suporte adequado, atrasava nos prazos e não estimulava seus investidores”, falou.

Surgiu a PremiaPão

Insatisfeitos, em menos de 10 meses, os amigos pediram distrato com a franqueadora e logo iniciaram o projeto que seria o modelo de negócio mais completo no ramo de publicidade. Brevemente, no fim de 2015, a PremiaPão foi formatada do zero e em 2016 a mesma começou a vender sua marca para interessados (muitos, assim como eles, decepcionados com outras redes e em busca de uma empresa de credibilidade) de muitas regiões próximas, e a necessidade de uma estratégia de expansão para todo o mercado nacional foi antecipada.

Neste momento os sócios já começaram a mergulhar no mundo do marketing digital e, com o respaldo de uma mentoria, se tornaram especialistas no assunto. Com o crescimento acima do esperado, os empresários que trabalhavam em casa e não tinham funções definidas e muito menos funcionários, começaram a se profissionalizar. “Começamos segmentando as funções. Eu já com vasta experiência no setor comercial e vendas fiquei responsável pela estratégia de expansão da franquia, o Raphael com bagagem familiar no franchising e contábil, como diretor financeiro; e o Pedro que tinha uma empresa de publicidade e possuía facilidade de comunicação, se tornou diretor de suporte aos franqueados. Tivemos de contratar um time de empreendedores que de um, passou rapidamente para 10”, fala Diego. 

Sólida e forte no mercado, hoje a PremiaPão conta com mais de 190 unidades, já atingiu praticamente todos os estados brasileiros e gerou um faturamento anual de R$3 milhões em 2016. A meta da empresa agora é fechar o final do ano com 350 franquias e um faturamento acima de R$5 milhões. “Faturamos mais de sete dígitos em 365 dias, foi algo surreal! Jamais tínhamos imaginado chegar tão rápido e nos tornarmos líderes de mercado no segmento que já tinha mais de cinco anos”, conta entusiasmado.

Hoje, a franqueadora tem mais de 3.500.000 saquinhos produzidos, 1.680 empresas divulgadas, R$ 1.160.000,00 em faturamento de anúncios dos derivados dos franqueados e 2.550 padarias beneficiadas recebendo gratuitamente os saquinhos.

Vertentes – Missão

Criada sobre as vertentes: franquia barata, modalidade home based e sustentabilidade, a PremiaPão foi formatada com características que a tornaram única. A rede possui um dos investimentos mais baixos do mercado: R$6 mil para cidades até 100 mil habitantes, R$10 mil para locais de 200 mil habitantes e R$14 mil para municípios de até 300 mil habitantes (retorno é de 2 a 3 meses). E como planejado, o franqueado pode administrar o trabalho em casa.

O conceito de sustentabilidade também foi alcançado e por meio de parcerias. Entre elas, a ONG Iniciativa Verde, que trabalha com reflorestamento através da plantação de mudas de árvores. A cada tiragem de 30 mil saquinhos biodegradáveis produzidos pelos franqueados, a franqueadora planta uma árvore por meio dessa organização.  Atualmente já são mais de 110 árvores plantadas! E os saquinhos mencionados, são inclusive, biodegradáveis. “Desde o início a nossa missão sempre foi poder transformar vidas e realizar sonhos de jovens empreendedores como nós através de uma mídia ecológica e sustentável que beneficiasse de fato a todos da cadeia, desde o meio ambiente ao consumidor final”, fala Diego.

Diferencial

Como diferencial, Raphael propôs uma oferta para agregar ainda mais valor à mídia e que traria mais visibilidade e resultado para o anunciante: sorteio mensal de prêmios de grande expressão, como TV’s, celulares com tecnologia de última geração, IPad’s, entre outros. Nessa dinâmica, o consumidor precisa apenas se inscrever no site para concorrer com o código que está impresso no saquinho. A entrega do brinde sempre acontece na padaria onde o sorteado comprou o alimento (Já foram entregues R$ 35 mil em prêmios).

Aos franqueados, Diego procurou oferecer mais do que o tradicional suporte, ofereceu também uma parceria humanizada. Ele identificou que metas e prêmios são extremamente motivantes para eles, e então, passou a desenhar um plano de carreira e bonificação de acordo com a produtividade de cada um, o que inclui vários prêmios como: cinema, jantar, viagem, Netflix, Spotify, investimento em redes sociais na franquia local, desconto na tiragem e modelo de franqueado máster.

Novo, porém experiente no ramo empresarial, Diego busca de uma forma bem simples passar o que aprendeu ao próximo: “Na jornada desse sucesso, trouxemos um lema que todos os dias faz total sentido em nossas vidas e o duplicamos para nossos franqueados através de uma pulseira que eles recebem assim que efetuam a primeira tiragem. Nela consta a seguinte frase: Sucesso é uma decisão!”, fala o jovem sonhador finalizando ao dizer que, mais recentemente passou a oferecer a outros empresários um programa de mentoria. “Se eu tivesse tido a chance de ter um mentor de negócios quando comecei a minha jornada empreendedora, eu teria chegado mais rápido e muito mais longe com muito menos desperdício de tempo e dinheiro”.