Confiança dos micro e pequenos empresários aumenta 34% em um ano

O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa atingiu 51,3 pontos em abril, o que representa um aumento de 13,4 pontos na comparação com abril de 2016, quando o indicador marcara 37,9 pontos, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na comparação com o mês anterior, a variação foi de 1,6 pontos, o suficiente para colocar o indicador mais uma vez acima do nível dos 50 pontos. O indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais acima de 50 pontos, maior é a confiança; quanto mais abaixo, maior a desconfiança.

“A sondagem de abril coincidiu com um noticiário político extremamente negativo, mas também com a liberação de recursos do FGTS, a aceleração do ritmo de queda dos juros e o arrefecimento da inflação, que contribuem para abrandar o quadro recessivo”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “Esse contraste explica, em parte, a dificuldade de o indicador consolidar-se acima do nível neutro.”

O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.

Indicador que avalia situação atual atinge 37,1 pontos, o maior valor da série histórica

O Indicador de Condições Gerais, que avalia o retrospecto do micro e pequeno empresário sobre o desempenho de suas empresas e da economia nos últimos seis meses, atingiu 37,1 pontos em abril, ante 34,4 pontos em março. Como o índice segue abaixo do nível neutro de 50 pontos, significa que para a maioria dos micro e pequenos empresários a situação econômica do país e de suas empresas vem piorando com o passar do tempo.

Na abertura do indicador, tanto a avaliação regressa de seus negócios quanto da economia, apresentaram crescimento na variação mensal. No primeiro caso, passou de 37,4 pontos para 40,2 pontos na escala. Já para o desempenho recente da economia, a mudança regrediu de 31,5 pontos para 33,9 pontos.

A maior parte (45%) dos empresários considera que a situação do seu negócio piorou nos últimos seis meses, ao passo que apenas 19% avaliam melhora dentro desse intervalo de tempo. Entre os empresários que passam por dificuldades, a maioria (68%) identificou a queda no volume de vendas como a razão da piora. Também foram mencionados o aumento dos preços de insumo, matérias primas e produtos (10%).

Para 57% dos micro e pequenos empresários o cenário econômico se deteriorou nos últimos seis meses, contra apenas 14% que visualizaram melhora.

  • 48% estão confiantes com o futuro da economia
  • 45% acreditam que o faturamento irá crescer nos próximos 6 meses

O Indicador de Expectativas, que serve de termômetro para avaliar o que o empresário aguarda para o futuro, apresentou uma leve variação positiva em abril na comparação com março: 61,9 pontos em abril, ante 61,2 pontos em março.

Quase a metade (48%) dos micro e pequenos empresários estão, de algum modo, confiantes com o futuro da economia brasileira. Quando essa análise detém apenas a realidade da sua empresa, o índice é maior e chega a 56% dos empresários consultados. O percentual de pessimistas com a economia e com os negócios é de 19% e de 11%, respectivamente.

A confiança dos empresários no desempenho da economia, entretanto, não é explicada na maior parte dos casos: 44% empresários que se dizem confiantes para os próximos seis meses dizem não saber a razão de seu otimismo, apenas acreditam que coisas boas irão acontecer. Essa também é a principal razão para quem está otimista com o futuro de suas empresas, com 33% de citações. Entre os que estão otimistas com a economia, há também 22% de entrevistados que observam sinais de melhora no cenário macroeconômico. Entre os que vislumbram um futuro positivo para suas empresas, 25% enxergam a boa gestão do próprio negócio como um fator de estímulo.

A maior parte dos empresários acredita que o faturamento das suas empresas deverá crescer nos próximos seis meses (45%) ou se manter estável (41%) – apenas 8% que acreditam que suas receitas cairão. Entre os que esperam crescimento, 31% não sabem apontar a razão do otimismo, enquanto 24% creditam a melhora à busca de novas estratégias de vendas e 15% afirmam ter melhorado a gestão da empresa.

Metodologia

O Indicador e suas aberturas mostram que houve melhora quando os pontos estiverem acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios “pioraram muito”; 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais “melhoraram muito”.