Após extinguir pouco mais de 2 mil empregos em setembro, o comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a abrir postos de trabalho em outubro. No mês, foram criados 3.185 empregos, resultado de 73.339 admissões e 70.154 desligamentos. O resultado demonstra recuperação do mercado de trabalho, já que em outubro de 2015 foram perdidos 1.094 postos com carteira assinada. Assim, o varejo paulista encerrou outubro com estoque ativo de 2.072.244 trabalhadores, queda de 2,6% na comparação com o mesmo mês de 2015.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
De acordo com a Assessoria Econômica da FecomercioSP, o desempenho positivo de outubro foi puxado pelo otimismo que o Natal, principal data do varejo, trouxe aos empresários. Em 2015, os impactos da crise econômica foram grandes e fizeram o mês de outubro registrar pela primeira vez saldo negativo no varejo paulista. Agora se observa, mesmo que de forma ainda tímida, mais otimismo e, consequentemente, geração de empregos. Este novo cenário também é visto nos indicadores de confiança de consumidores e empresários, apurados pela Federação, que estão evoluindo positivamente desde o fim do primeiro semestre de 2016.
Mesmo com o bom desempenho de outubro, sete das nove atividades pesquisadas apresentaram queda no número total de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015, sendo os piores desempenhos registrados nos segmentos de concessionárias de veículos (-6,3%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-6,2%) e lojas de móveis e decoração (-6%). Em contrapartida, apenas as atividades de farmácias e perfumarias (2,2%) e supermercados (0,4%) geraram empregos na mesma base de comparação.
Com relação aos dados por ocupações, todas as funções criaram vagas no mês, com destaque para vendedores e demonstradores (+2.309 vagas) e escriturários de controle de materiais e de apoio à produção (+763 vagas), que foram os segmentos que mais geraram empregos formais em outubro.
Segundo a FecomercioSP, a reação das vendas, melhores expectativas, inflação em queda e juros baixando proporcionam uma perspectiva mais positiva, mesmo frente a uma realidade ainda muito grave, principalmente ao poder de compra das famílias.
Varejo paulistano
O comércio varejista da capital paulista encerrou outubro com 648.231 empregados, após a criação de 1.013 postos de trabalho com carteira assinada ao longo do mês, resultado de 22.043 admissões e 21.030 desligamentos. Ainda assim, o saldo dos dez meses do ano foi negativo, em 13.886 empregos e no acumulado dos últimos 12 meses foram eliminados 15.542 postos de trabalho – o que levou à redução de 2,3% do estoque total na comparação com outubro de 2015.
Das nove atividades pesquisadas, apenas as de farmácias e perfumarias (2,6%) e os supermercados (0,7%) apresentaram crescimento no estoque de empregos na comparação com outubro de 2015. As maiores retrações foram registradas nas concessionárias de veículos (-6,9%), lojas de móveis e decoração (-5,8%) e lojas de vestuário, tecidos e calçados (-5,7%).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível de emprego do comércio varejista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecido e calçados; supermercado e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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