Pelo terceiro mês consecutivo houve crescimento no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), que atingiu 85,1 pontos em julho – maior resultado desde março de 2015. A alta foi de 5,6% na comparação com o mês anterior e de 9,8% em relação a julho de 2015 – primeira elevação anual depois de 29 meses de quedas seguidas.
Apesar do aumento em julho, o índice permanece abaixo dos 100 pontos – a última vez que ficou acima dessa marca foi em dezembro de 2014 -, o que significa que, mesmo com a melhora, o pessimismo dos empresários quanto ao nível de atividade em geral da economia permanece.
Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o ICEC varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total). Segundo a Entidade, o pessimismo dos empresários reflete principalmente a queda das vendas do varejo. Entretanto, assim como já vinha sendo observado entre os consumidores, houve uma melhora das expectativas decorrente da formação de uma nova equipe econômica e do anúncio de medidas para enfrentar a crise.
Na segmentação por porte, a evolução da confiança – tanto em grandes quanto em pequenas empresas – teve tendência semelhante. O ICEC das empresas com menos de 50 funcionários cresceu 5,5% e atingiu 85,1 pontos e nas grandes, que empregam mais de 50 colaboradores, o índice teve alta de 7,8% ao registrar 85,6 pontos. Na comparação com julho de 2015, porém, a confiança dos donos de pequenas empresas cresceu 10%, enquanto a dos empresários de grande porte evoluiu apenas 3,8%.
Para a FecomercioSP, esse comportamento comum é importante, pois denota que a recuperação (pelo menos das perspectivas) é percebida de maneira uniforme pelo empresariado, e não como algo localizado.
Indicadores
Pelo terceiro mês consecutivo também, o ICEC registrou variações positivas nos seus três quesitos. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), um dos componentes do ICEC, atingiu 40,7 pontos, elevação de 0,8% na comparação com junho, impulsionado pela percepção do empresário em relação às condições atuais da economia (CAE) que subiu 7,6%. Na comparação com junho de 2015, o ICAEC apresentou alta de 5,5% – a primeira após 23 meses de quedas consecutivas nessa base de comparação.
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) mostra que o empresariado está um pouco mais otimista com relação ao futuro já que registrou alta de 8%, passando dos 126,9 pontos de junho para os 137 pontos em julho. A alta no IEEC foi motivada pela expectativa da economia brasileira (EEB), que cresceu 13,4%.
Já o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que mede a propensão dos empresários a novos investimentos, cresceu 4,1% em julho e atingiu 77,5 pontos. O indicador que mais contribuiu para a elevação do índice foi o de contratação de funcionários (IC), que registrou crescimento de 10,7%.
Para a FecomercioSP, grande parte da melhora no ânimo dos empresários em julho se deve a uma base de comparação muito fragilizada aliada a um otimismo observado em razão das mudanças no quadro político, que pode sinalizar uma desaceleração do ciclo recessivo da economia.
Mesmo que o comércio varejista se encontre em uma conjuntura ainda muito delicada em decorrência da alta da inflação, do aumento do desemprego e da queda da renda real das famílias, a Federação avalia que as perspectivas tanto para o país quanto para o setor são positivas.
Nota metodológica
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla as percepções do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas com 600 empresários na capital, em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que por sua vez pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação atual e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
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