São Paulo, 30 de junho de 2016 – Em junho, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) registrou 72,6 pontos, crescimento de 10,9% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo período de 2015, porém, houve queda de 8,2%. Apesar da elevação de junho, o índice encontra-se há 17 meses abaixo dos 100 pontos, o que ainda sinaliza pouca disposição para expansão dos negócios por parte dos empresários. Contudo, a alta de junho sugere que a melhora da confiança, que já vinha sendo captada por outros indicadores nos últimos meses, parece estar se consolidando com a formação de uma nova equipe econômica e o anúncio de medidas para enfrentar a crise.
A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O Nível de Investimento das Empresas (um dos indicadores que compõe a pesquisa e sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos) aumentou 5,1% em relação a maio ao passar de 56,1 para 58,9 pontos. Na comparação anual, porém, houve forte queda de 14%.
Já o subíndice Expectativas para Contratação de Funcionários (outro componente do IEC) registrou alta mais expressiva, de 15,3% na comparação com maio, e atingiu 86,3 pontos, ante 74,9 no mês anterior. Porém, na comparação anual, o valor é 3,7% inferior.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, na percepção dos empresários, o ambiente ainda é desfavorável tanto para investir como para contratar, porém, na comparação com o mês anterior, existem indícios de recuperação bastante contundentes.
Para a Federação, dificilmente a retomada se dará no curtíssimo prazo e em magnitude suficiente para reverter rapidamente as consequências da crise. Porém, existe a possibilidade de que as projeções mais negativas, de que o setor de comércio de bens e serviços possa fechar mais de 1,5 milhão de vagas em 2016 e o País possa perder mais de 2,8 milhões de postos de trabalho no total possam ser revistas para algo menos trágico.
A taxa de desemprego já superou os 11%, mas, com a melhora observada nos indicadores da FecomercioSP, é possível que as projeções mais pessimistas, de que atingisse quase 15% ao final do ano, sejam revistas. O desemprego, ainda assim, será a maior preocupação social e a pior consequência da recessão, contudo,segundo a Entidade, ao menos o País agora começa a enxergar a possibilidade de reversão do quadro no médio prazo, algo que não se via há pouco mais de dois ou três meses.
Nota metodológica
O Índice de Expansão do Comércio da região metropolitana de São Paulo é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 157 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista – aproximadamente 4% do PIB brasileiro – e gera 5 milhões de empregos.
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