Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
De acordo com os assessores econômicos da Entidade, a alta do número de famílias endividadas no primeiro mês de 2016 está relacionada ao aumento de gastos dos consumidores com as festas de fim de ano, que impactam significativamente o orçamento neste inicio de 2016. Além disso, os consumidores endividaram-se em razão do cenário econômico, no qual a alta de preços de bens e serviços essenciais e o encarecimento do crédito pressionaram o orçamento.
A proporção de endividados permanece maior entre as famílias de baixa renda (56,1%, com alta de 2,9 pontos porcentuais em relação a dezembro). Já a proporção de famílias endividadas com renda superior a dez salários mínimos sofreu redução 1,4 ponto porcentual em relação ao mês anterior e atingiu 39,3% em janeiro.
Em relação ao prazo das dívidas, a pesquisa revela que 36,6% dos endividados têm dívidas com prazo superior a um ano; 25,6%, de até três meses; 19,6%, entre três e seis meses; e 16,5%, entre seis meses e um ano.
Inadimplência
Entre as famílias com contas em atraso, 54,2% têm contas vencidas há mais de 90 dias; 22,9% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias; e 20,5% do total de famílias estão com atrasos de até 30 dias.
Entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos, a proporção de inadimplentes ficou em 20,7% no mês de janeiro, 1 ponto porcentual superior ao valor registrado no mês anterior. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, as famílias de menor renda são mais dependentes de crédito e sofrem mais com a alta dos preços, especialmente de bens essenciais.
Por outro lado, entre as famílias de renda superior a dez salários mínimos, a proporção de endividadas apresentou melhora e passou de 10,8% em dezembro para 8,8% no início do ano.
Em janeiro, 7,2% das famílias endividadas da capital acreditam que não terão condições de pagar total ou parcialmente suas contas no próximo mês. No mesmo mês em 2015, esse porcentual era de 4,7%. Em números absolutos, esses dados apontam que há 258 mil famílias nessa situação.
Tipos de dívida
Em janeiro de 2015, apenas 52,4% das famílias endividadas tinham dívida no cartão. Segundo os economistas da Federação, a explicação para o aumento desse tipo de endividamento está no fato de que, com a alta de preços de itens não financiáveis), como alimentos e energia elétrica, a renda disponível no mês para outras despesas fica cada vez mais restrita. Com isso, as famílias buscam no parcelamento do cartão ou no pagamento de apenas uma parcela da fatura uma via de financiamento para compra de itens adicionais.
Metodologia
O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis de endividamento e de inadimplência do consumidor. Com base nas informações coletadas, são apurados importantes indicadores: nível de endividamento, porcentual de inadimplentes, intenção de pagamento de dívidas em atraso e nível de comprometimento da renda. Tais indicadores são observados considerando duas faixas de renda.
A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador com as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos.
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