Em fevereiro, o comércio varejista no Estado de São Paulo eliminou 13.365 empregos com carteira assinada, resultado de 68.581 admissões e 81.946 desligamentos. Com isso, o estoque de trabalhadores do varejo paulista atingiu 2.096.588 no mês, o patamar mais baixo desde julho de 2012, quando estava em 2.082.953. Trata-se do pior desempenho para o mês de fevereiro desde 2007.
No saldo acumulado de março de 2015 a fevereiro deste ano, foram eliminados 60.527 postos de trabalho no comércio varejista paulista. Nessa base de comparação, desde 2007, é a primeira vez que se registra um saldo negativo. Entre março de 2014 e fevereiro de 2015, por exemplo, apesar do fraco desempenho das vendas, foram geradas 3.223 vagas. Nos dois primeiros meses deste ano, a diminuição do saldo já chega a 33.441 vagas.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das nove atividades pesquisadas, sete apresentaram queda no estoque de empregos na comparação entre fevereiro e o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram registrados nas atividades de concessionárias de veículos (-8,8%) e de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento (-7,1%). Apenas os segmentos de farmácia e perfumarias (2,6%) e supermercados (0,8%) apresentaram elevação nos estoques de funcionários.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o ritmo acelerado de fechamento de postos de trabalho observado nos dois primeiros meses de 2016 é impressionante, já que no ano passado mais de 60 mil empregos formais foram eliminados no varejo paulista. O nível de emprego está diretamente relacionado ao desempenho de vendas dos estabelecimentos comerciais e, neste ano, com inflação e juros altos, além de desemprego avançando, a Entidade aponta não haver perspectiva para recuperação do consumo, das vendas e, consequentemente, do emprego no varejo.
Em relação aos dados por ocupações, as funções que mais perderam vagas em fevereiro foram os vendedores e demonstradores, com 5.282 postos de trabalho a menos. O segundo posto com maior redução de vagas foi o de caixas dos estabelecimentos, que viram seu mercado reduzido em 1.885 vagas, seguido pelos escriturários contábeis e de finanças (-1.291 empregos).
A Entidade reforça que o saldo negativo observado nos primeiros meses do ano não resulta apenas do desligamento dos temporários contratados para o fim do ano, pois os poucos mais de 13 mil postos de trabalho criados no varejo paulista em novembro de 2015 foram praticamente dizimados já em dezembro (quando foram eliminadas 12.181 vagas). Os 33.441 empregos formais perdidos nos dois meses deste ano expressam o aprofundamento da crise no mercado de trabalho.
Varejo paulistano
Foram eliminadas 2.947 vagas no varejo da cidade de São Paulo em fevereiro. A ocupação formal atingiu 653.810 empregados, queda de 0,4% na comparação com o mês anterior. O saldo dos últimos 12 meses foi negativo em 16.704 empregos – o que levou à diminuição de 2,5% do estoque total.
Das nove atividades pesquisadas, os destaques negativos de fevereiro ficaram por conta dos setores de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1.635 vagas) e de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (-437). Por outro lado, desempenhos positivos foram registrados nos segmentos de farmácias e perfumarias (74 vagas) e de autopeças e acessórios (3).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível de emprego do comércio varejista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecido e calçados; supermercado e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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