O mercado de permutas em produtos e serviços têm se fortalecido no mundo inteiro, sobretudo nos últimos 35 anos, segundo o International Reciprocal Trade Association (IRTA), órgão que representa as companhias do segmento. Ainda segundo o IRTA, este fenômeno se deve à criação de plataformas que permitem a negociação por terceiros e não mais de maneira individual e direta, principalmente no caso das permutas multilaterais.
O que atrai as empresas a fazerem este tipo de transação é utilizar a capacidade total de seus negócios, que não seria utilizada se não fosse por este meio. Um restaurante que não tem um volume considerável de clientes durante um determinado período do dia, não deixa de ter custos com funcionários e outras despesas como energia, água e manter o estoque, por exemplo. As soluções presentes nas plataformas de negociação por permuta são baseadas em aumentar as receitas de seus participantes, sem alterar suas despesas.
Apesar de ser difícil determinar um volume anual de transações por meio de permuta, de acordo com um levantamento feito pelo IRTA, no ano passado a movimentação ficou entre 12 e 14 bilhões de dólares. Essa evolução foi sentida pelo Clube de Permuta, plataforma de trocas multilaterais de serviços e produtos. A plataforma movimentou, desde sua criação em 2012, R$170 milhões, dos quais R$ 56 milhões foram movimentados somente no último ano.
“Em 2012, o Brasil estava em um bom momento econômico e as empresas se permitiram fazer investimentos. A oportunidade de fazer aquisições por permuta possibilitou o empresário ter serviços ou produtos que desejava, mas não faria se dependesse exclusivamente da receita. Já nos últimos anos, num cenário de crise no país, passou-se a reduzir despesas e utilizar as negociações deste tipo para não mexer no dinheiro de caixa da empresa”, diz Leonardo Bortoletto, fundador do Clube de Permuta.
Com o intuito de fortalecer o mercado de permutas multilaterias na América Latina, Bortoletto e sua equipe estarão na Colômbia entre os dias 16 e 20 de março, para se reunir com os principais empresários do país. “Já temos mais de 20 reuniões agendadas, em Bogotá e Medelín. Nossa missão é levar a permuta como solução e novidade para a Colômbia”, diz Leonardo.