A Páscoa é uma data de forte apelo comercial para determinados segmentos do comércio, especialmente o alimentício, nas linhas de chocolates, peixaria e guloseimas. Quase 30% das empresas do varejo de Belo Horizonte têm um impacto positivo no período. Entre os consumidores, 48,8% pretendem presentear durante a comemoração, percentual semelhante ao observado no ano passado (48,7%). Os números são das pesquisas Expectativas do Comércio Varejista e Intenção de Consumo, ambas relativas à celebração de 2017 e elaboradas pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG.
O levantamento identificou também que os presentes para o dia 16 de abril não ultrapassarão R$ 100 para 76,6% dos entrevistados. No ano passado, apenas 47,4% optaram por essa faixa de preço. Chocolates/doces são a escolha de quase 93% das pessoas. Outro indicador mostra que 48,2% pretendem gastar menos em 2017, na comparação com 2016. Já 66,2% afirmam que irão comprar poucos produtos de menor valor.
Para o economista da Federação, Guilherme Almeida, o resultado ficou dentro do esperado para um cenário econômico em recuperação. “Apesar de alguns pontos favoráveis, percebemos que existe cautela tanto da parte do consumidor quanto do empresariado, por causa de indicadores econômicos que ainda não reagiram. Houve uma deterioração da renda no último ano, devido, principalmente, à inflação, e os índices de desemprego continuam elevados”, explica.
Reforçando a postura de gastos moderados, 68,6% dos clientes buscarão os itens em promoção, enquanto 28,2% sentem-se atraídos pelos preços reduzidos. Além disso, os consumidores seguem evitando assumir dívidas. Conforme o estudo, 68,8% vão preferir os pagamentos à vista, em dinheiro ou no cartão de débito.
Do ponto de vista dos empresários, aproximadamente 74% daqueles que se beneficiam com a Páscoa acreditam em vendas iguais ou melhores em relação ao ano anterior. A reação do comércio (28,6%) e a realização de ações promocionais na loja (20,2%) são os principais motivos apontados para justificar essa projeção. “Há um equilíbrio entre os que esperam crescimento do faturamento e os que apostam em empate, especialmente pela experiência passada. Em 2016, as datas comemorativas não bateram as expectativas em volume vendido, gerando esse receio agora”, conclui.
O foco do período é o público infantil e jovem, além das lojas de artigos religiosos. As principais iniciativas para atrair os compradores serão promoções/liquidações (35%), atendimento diferenciado (23,3%), propaganda (17,5%), visibilidade da loja (10,7%), entre outros. Um percentual de 1,1% das empresas planeja contratar funcionários temporários para o período.