Setor de serviços paulistano registra o menor faturamento para o mês de maio desde 2012

Em maio, o faturamento real do setor de serviços paulistanos atingiu R$ 21 bilhões, recuo de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado. É a 13ª queda consecutiva no comparativo anual. A cifra é R$ 920,7 milhões inferior ao registrado em maio de 2015 e representa o menor faturamento para o mês desde 2012. No acumulado dos primeiros cinco meses, o setor recuou 3,9% e, no acumulado dos últimos 12 meses, apresentou queda de 4,1%.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), que traz o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal, elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, fornecidos pela Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico. O município de São Paulo tem grande relevância nos resultados estaduais e nacionais do setor de serviços, representando aproximadamente 20% da receita total gerada no País.

Das 13 atividades que compõem a pesquisa, dez apresentaram queda de receita em maio no comparativo com o mesmo período de 2015. As maiores retrações foram vistas nas atividades de construção civil (-28,6%); representação (-19,3%); técnico-científico (-13,6%); outros serviços (-12%) e mercadologia e comunicação (-10,1%). Juntos, todos esses itens colaboraram para uma queda do índice geral em 3 pontos porcentuais.

Em contrapartida, apenas os segmentos de saúde (16,8%), de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados (8,5%) e de serviços bancários, financeiros e securitários (0,3%) registraram aumento nas receitas e amenizaram , em conjunto, a queda geral em 1,5 ponto percentual. Segundo a FecomercioSP, as contínuas altas na receita da atividade de saúde podem ser justificadas pelo aumento dos preços acima da inflação média. Como grande parte dos serviços desse segmento depende de matéria prima importada, o dólar alto e a consequente alta dos custos acaba sendo repassada para o valor final. O setor de turismo, de acordo com a Entidade, continua sendo impactado pelo poder de compra do consumidor, que trocou as viagens internacionais por destinos nacionais mais baratos.

Expectativa
A Federação afirma que os resultados negativos registrados no mês demonstram a fragilidade da atual conjuntura econômica do País. A deterioração de alguns indicadores, como os de emprego e renda, vem impactando diretamente no desempenho do setor de serviços. Muitas empresas e consumidores estão limitando seus gastos com eventuais investimentos ou com a contratação de serviços em decorrência do ambiente econômico e político ainda desfavorável.

Por outro lado, a inflação, que também é uma variável que exerce forte influência sobre a performance do setor de serviços, vem dando sinais de desaceleração no acumulado em 12 meses, o que acaba por refletir em expectativas menos pessimistas para o mercado como um todo em 2016. Outro dado positivo que demonstra certo otimismo dos consumidores é o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), também apurado pela FecomercioSP, que mostra uma tendência de recuperação, registrando, em julho crescimento de 15,5% no comparativo interanual. O resultado positivo foi embasado pela forte recuperação observada no Índice das Expectativas do Consumidor (IEC), que, em julho, registrou crescimento de 28,5% ante o mesmo mês do ano passado.

Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS) é o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal e utiliza informações baseadas nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, por meio de um convênio de cooperação técnica firmado com a Prefeitura de São Paulo e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O indicador conta com uma série histórica desde 2010, permitindo o acompanhamento do setor em uma trajetória de longo prazo.

As atividades foram reunidas em 13 grupos, levando em conta as suas similaridades e a representação no total do que é arrecadado do ISS no município. Por meio dos relatórios gerados, é possível identificar o total do faturamento (real e nominal) por atividade, as variações porcentuais em relação ao mesmo mês do ano anterior (T-T/12) e mês imediatamente anterior (T-T/1) e o acumulado no ano.

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