Setor de Serviços paulista volta a gerar empregos formais em agosto após cinco meses de quedas

Após cinco meses de quedas consecutivas, o setor de serviços do Estado de São Paulo criou 1.522 empregos com carteira assinada em agosto, resultado de 182.512 admissões e 180.990 desligamentos. Com isso, o estoque de trabalhadores atingiu 7.384.317. Apesar do saldo positivo de vagas, foi o menor número de postos de trabalho abertos para agosto desde o início da série histórica, em 2007. Já no mesmo mês de 2015, o saldo foi praticamente o dobro do atual, com 3.106 vínculos empregatícios formais.

Por outro lado, de janeiro a agosto deste ano foram extintas 40.310 oportunidades de trabalho, sendo o primeiro saldo negativo registrado para o período desde 2007. No acumulado dos oito primeiros meses de 2015, foram criadas 11.350 vagas celetistas. Entre setembro de 2015 e agosto de 2016, foram eliminados 158.493 empregos formais no setor de serviços.

Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Das doze atividades pesquisadas em agosto, onze apresentaram queda no número de trabalhadores formais, na comparação com o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram as atividades de Transporte e armazenagem (-4,8%) e Profissionais, científicas e técnicas (-4,0%). Já o único desempenho positivo para o período foi registrado no setor de serviços médicos, odontológicos e serviços sociais com a criação de 6.317 vagas, que representa um aumento de 0,8% do estoque de trabalhadores.

No mês de agosto, cinco das dez funções com o maior número de vagas criadas estão ligadas aos serviços de Educação. Os professores de Ensino Superior lideram, com +2.415 postos de trabalho celetistas. Seguidos por professores de nível superior na Educação Infantil e no Ensino Fundamental (+1.356), professores de nível médio na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Profissionalizante (+1.140), Inspetores de alunos e afins (+632) e professores de Ensino Médio (+631).

Segundo a FecomercioSP, o crescimento do emprego formal no setor de serviços do Estado de São Paulo no mês de agosto foi impulsionado pelos serviços educacionais. Além de possuir bom desempenho em 2016, com mais de 18 mil empregos gerados, naturalmente o período avaliado auxilia este resultado, isto é, o início do segundo semestre letivo. É uma tendência bastante parecida que também ocorre em todo início do ano, quando retornam as aulas. O desempenho positivo do setor fora auxiliado também pelo crescimento bastante sustentado dos serviços médicos, odontológicos e sociais, a única atividade com aumento do mercado de trabalho celetista em agosto, no acumulado em 2016 e nos últimos doze meses.

De acordo com a Federação, apesar do saldo positivo no mês, apenas três das doze atividades analisadas abriram postos de trabalho, cenário distinto do observado nos setores dos comércios varejista e atacadista. Como o setor de serviços começou a mostrar mais desligamentos que admissões de forma tardia em relação ao varejo e atacado no Estado de São Paulo é natural que demore um pouco mais para mostrar alguma reação. Ainda assim, parece claro que os piores momentos já passaram. Os indicadores antecedentes, de confiança, já mostram franca ascensão e tal realidade, conjunta a uma redução inflacionária e consequente possibilidade de um ciclo de queda nos juros, abre espaço para crescimento de investimento e consigo renda e emprego.

Capital paulista
Em agosto, o setor de serviços eliminou 1.432 empregos formais na cidade de São Paulo. De janeiro a agosto de 2016 foram extintos 25.854 postos de trabalho. Já nos últimos doze meses, no saldo acumulado de setembro de 2015 a agosto deste ano, são 64.951 empregos formais perdidos pelo setor de serviços na economia paulistana.

Das doze atividades analisadas na PESP Serviços em agosto, destaque negativo para as atividades Administrativas e serviços complementares (-3.210) e Transporte e armazenagem (- 1.069). Por outro lado, registram bons resultados as atividades de Educação (+2.452) e Médicos, odontológicos e serviços sociais (+ 1.082).

Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Clique aqui e cadastre-se para receber informações exclusivas. É gratuito