Pelo quarto mês consecutivo, o setor de serviços no Estado de São Paulo apresentou saldo negativo de funcionários. Em dezembro, foram eliminados 74.293 postos de trabalho, resultado de 125.393 admissões contra 199.686 desligamentos. Na comparação com o mesmo mês de 2015, ainda que ambos os saldos sejam negativos, houve uma ligeira melhora dos números do setor. Em dezembro de 2015 foram 84.383 empregos perdidos, sendo este o maior saldo de vagas eliminadas no último mês do ano desde o início da série histórica, em 2007.
No acumulado dos 12 meses de 2016, o saldo ficou negativo em 130.511 empregos, o pior resultado da série histórica iniciada em 2007. Esse é o segundo resultado negativo consecutivo para o acumulado de um ano já que em 2015 houve uma perda de 106.833 postos de trabalho com carteira assinada. Com isso, o estoque ativo de trabalhadores de dezembro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, registrou queda de 1,8%, fechando o ano com estoque total de 7.294.116 empregados no setor de serviços paulista.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Todas as 12 atividades pesquisadas apresentaram queda no estoque de empregos na comparação entre dezembro e o mesmo mês de 2015. Os destaques foram vistos nas atividades de transporte e armazenagem (-4,7%), profissionais, científica e técnica (-3,7%) e artes, cultura e esportes (-3,5%).
No caso das ocupações, em dezembro, os professores de nível superior na educação infantil e no ensino fundamental perderam 10.409 vagas, seguidos dos professores de nível médio na educação infantil, no ensino fundamental e no profissionalizante, com outras -7.214 vagas.
Segundo a FecomercioSP, 2016 foi um ano de fundo do poço para o mercado de trabalho do setor de serviços. Em 2017, o setor ainda deve apresentar saldos negativos, mas em ritmo mais lento do que o verificado no ano passado. Sem uma melhora mais homogênea da economia brasileira, a Federação aponta que não se espera crescimento do setor, pois sua melhora passa por um ambiente de negócios mais atrativo aos investimentos produtivos empresariais que, por consequência, é dependente da melhoria do poder de compra das famílias. Inflação mais baixa, juros mais baixos e estancamento do próprio desemprego são variáveis vitais para tal resultado.
Capital paulista
Foram eliminados 22.747 postos de trabalho no setor de serviços da cidade de São Paulo em dezembro. No acumulado dos 12 meses de 2016, a redução chegou a 55.497 empregos com carteira assinada, o que representa uma redução de 1,6% do estoque total de trabalhadores.
Todas as 12 atividades analisadas eliminaram empregos com carteira assinada em dezembro. Os destaques ficaram por conta dos serviços de educação (-8.706 vagas), seguido pelas atividades administrativas e serviços complementares (-4.562 vagas).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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