Pelo segundo mês consecutivo, o setor de serviços do Estado de São Paulo abriu novas vagas formais. Em março, o saldo ficou positivo em 2.202 empregos, resultado de 188.506 admissões contra 186.304 desligamentos. Na comparação com o mesmo mês de 2016, houve expressiva melhora, já que na ocasião 3.372 postos de trabalho foram fechados pelo setor. No acumulado de abril de 2016 a março de 2017 houve eliminação de 96.893 empregos com carteira assinada. Com isso, o setor de serviços encerrou março com um estoque total de 7.322.851 trabalhadores formais, número 1,3% inferior ao apurado no mesmo mês de 2016.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Apesar de o desempenho positivo apurado em março, apenas os serviços médicos, odontológicos e serviços sociais (1,8%) entre as 12 atividades analisadas apresentaram alta no estoque de empregos em relação a março de 2016. Os destaques negativos foram as atividades de transporte e armazenagem (-3,8%), artes, cultura e esportes (-2,6%) e profissionais, científica e técnica (-2,6%).
No caso das ocupações, em março os condutores de veículos e operadores de empilhadeira lideraram a geração de empregos com 2.353 vagas seguidos pelos professores de nível médio na educação infantil, no ensino fundamental e no profissionalizante com a abertura de 2.081 novas vagas.
Segundo a FecomercioSP, desde o bimestre fevereiro/março de 2015 não se registrava no mercado de trabalho do setor de serviços geração consecutiva de vínculos empregatícios com carteira assinada. Os números dos mesmos meses, agora de 2017, repetem tal cenário e, por isso, na visão da Entidade, são um alento a um setor que observou nos últimos meses acelerada eliminação de empregos com carteira assinada. Apesar dos números do primeiro trimestre sofrerem os efeitos da sazonalidade positiva da geração de vagas nos serviços educacionais, a Federação aponta que há números promissores também nos serviços de transportes e alojamento em março e bons resultados nos serviços profissionais, científicos e técnicos, administração pública e serviços médicos nesses primeiros três meses do ano.
Em geral, a FecomercioSP acredita que uma melhora sólida no mercado de trabalho dos prestadores de serviços acontecerá ao mesmo tempo da retomada da economia brasileira com o aumento das receitas do setor e consequente recuperação de seu quadro de trabalhadores. Diante de um quadro de juros e inflação em queda, a Entidade observa indícios de reação do setor de serviços no Estado de São Paulo, ainda que de forma lenta e gradual.
Capital paulista
Em movimento contrário ao observado no estado, o setor de serviços na cidade de São Paulo eliminou 1.274 empregos com carteira assinada em março, resultado de 81.605 admissões contra 82.879 desligamentos. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo é negativo em 39.018 empregos, o que representa uma redução de 1,1% do estoque total de trabalhadores, que atingiu 3.474.427 empregados.
Sete das 12 atividades registraram saldo negativo no mês, com destaque para os serviços financeiros e de seguros (-894 vagas) e serviços de alojamento e alimentação (-868). Os setores que abriram o maior número de postos de trabalho no mês foram os serviços médicos, odontológicos e serviços sociais (+1.203 vagas) e profissionais, científicas e técnicas (+563).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).