O mercado de franquias brasileiro registrou um crescimento nominal de 6,1% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2018. O faturamento passou de R$ 44,479 bilhões para R$ 47,203 bilhões. Considerando-se os últimos 12 meses, a variação positiva foi de 6,8% (R$ 170,988 bilhões para R$ 182,657 bilhões). É o que mostra a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. Com uma taxa de crescimento semelhante a registrada no trimestre passado (5,9%) e no mesmo período de 2018 (6,3%), o terceiro trimestre mostra que o franchising está mantendo sua trajetória de crescimento gradual, mesmo em um cenário de inflação baixa e demanda oscilante por parte do consumidor.
“Depois de um segundo trimestre com algumas incertezas, o terceiro trouxe sinais mais positivos, especialmente no varejo e no andamento das reformas. Isso melhorou o índice de confiança empresarial e do consumidor, alavancando os negócios. Além disso, o setor manteve sua agenda de ajustes para busca de eficiência e, principalmente, para se adaptar à digitalização da economia e aos novos hábitos do consumidor”, afirma o presidente da ABF, André Friedheim.
Outro fator importante é que, após a definição do quadro eleitoral no ano passado, houve um reaquecimento da expansão em unidades no franchising brasileiro. “No terceiro trimestre, notamos que, além de se manter esse movimento de expansão, as lojas abertas em maior volume nos trimestres anteriores estão impactando positivamente o desempenho do setor. Em muitos casos, inclusive, essas lojas já apresentam conceitos mais modernos que primam pela eficiência e experiência mais amigável para o consumidor”, explica André Friedheim.
O índice de abertura de lojas no terceiro trimestre foi de 4,3%, contra o fechamento de 1,4% das unidades, o que resultou num saldo de 2,9% no período. Com isso, o total de unidades de franquia em operação no País chegou a 160.553. “De fato, quando comparamos os terceiros trimestre de 2018 e 2019 verificamos uma aceleração expressiva. Neste sentido, é importante lembrar que este período do ano passado precedeu, justamente, as eleições. Já em 2019, temos um quadro definido e perspectivas de medidas liberalizantes na economia, o que favorece muito a tomada de decisão de investimento”, afirma o presidente da ABF.
Algumas redes relataram a ABF também que as promoções associadas a Semana do Brasil, mesmo que em fase inicial, impulsionaram vendas em um período sem muita tradição.
A pesquisa da ABF apontou que houve uma alta de 4% no número de postos de trabalho no período, que passou de 1,286 milhão para 1,343 de pessoas diretamente empregadas no setor. “O setor de franquias apresentou um ritmo de geração de empregos superior à média nacional, alavancado pela abertura de novas unidades e também pela preparação para eventos sazonais como Dia das Crianças, o BlackFriday e até mesmo o Natal”, disse o presidente da ABF.
Segmentos
Todos os 11 segmentos listados pela ABF tiveram desempenho positivo no terceiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado. A pesquisa indicou que o segmento com maior crescimento em receita no período foi Casa e Construção, com alta de 9,1%. As redes atribuem este desempenho a estratégias como o aumento da gama de produtos e serviços, a maior integração entre a indústria e as lojas e investimentos em capacitação. Moda foi o segundo de maior crescimento, com 8,6%, impulsionado, principalmente, pelo aumento das vendas online e redesign de produtos por parte de marcas tradicionais. O terceiro melhor desempenho foi registrado em Comunicação, Informática e Eletrônicos, com 8,3%. O segmento cresceu no período, alavancado principalmente pela melhora do quadro econômico, abertura de novas unidades, demanda de serviços de forma geral e ampliação no sortimento de empresas de gestão de meio de pagamentos.
Hotelaria e Turismo ficou em 4º lugar (7,2%), graças, além da melhora do quadro macroeconômico, investimentos no segmento hoteleiro e o início da operação de novas companhias aéreas low cost no Brasil.
Ao observarmos o desempenho nos últimos 12 meses (4ºTRI2017-3ºTRI2018 X 4ºTRI2018-3ºTRI2019), os segmentos de Casa e Construção (expansão de 10,8%), Comunicação, Informática e Eletrônicos (10,1%), Moda (8,2%), Serviços Educacionais (8,0%) e Serviços e Outros Negócios (7,9%) também se destacam.
Projeções para o fechamento do ano
Com este desempenho, a ABF projeta que o crescimento do setor em 2019 deve ser de cerca de 7% em faturamento e de 5% em unidades franqueadas e empregos gerados. Já o volume de redes em operação no País deve ter um leve crescimento de cerca de 1%.
Metodologia
A Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising referente aos meses de julho a setembro envolveu uma base amostral com redes respondentes que representam cerca de 35% das unidades e 45% do faturamento total do setor. Abrangendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.