Setor de Franquias cresce 6,3% no 3º TRI e gera mais de 80 mil novas vagas de trabalho

O mercado de franquias brasileiro registrou um crescimento nominal de 6,3% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2017. O faturamento passou de R$ 41,850 bilhões para R$ 44,479 bilhões. Considerando-se os últimos 12 meses, a variação positiva foi de 7,0% (R$ 159,826 bilhões para R$ 170,988 bilhões). É o que aponta a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising divulgada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. Destaque também para a geração de mais de 80 mil postos de trabalho no setor no trimestre.

Neste trimestre, as incertezas do cenário eleitoral, o aumento da inflação e a queda dos índices de confiança do consumidor e do empresariado se refletiram mais fortemente no setor. “Embora tenhamos registrado um mês de agosto bastante positivo, nos meses de julho e setembro o consumidor estava mais retraído, possivelmente impactado pelas incertezas inerentes ao cenário pré-eleições. Para manter seu crescimento, o franchising brasileiro intensificou sua busca por eficiência e novas soluções, o que se traduziu na busca por novos formatos, perfis de público e mercados. O investimento em novas tecnologias, especialmente na área digital, também continuam e estão ajudando as redes a aprimorarem suas operações”, afirma o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior.

De acordo com Vanessa Bretas, gerente de inteligência de mercado da ABF, outros fatores que contribuíram para o desempenho do franchising no terceiro trimestre são fruto de mudanças promovidas por alguns segmentos em trimestres anteriores. “Movimentos de expansão mais intensos, desenvolvimento de modelos híbridos físicos/digitais e de outros canais de venda alavancaram o desempenho de segmentos como entretenimento, turismo e serviços de forma geral. É importante ressaltar também que o franchising, mais uma vez, apresentou uma expansão superior ao varejo de forma geral, que foi de 5,7%”, avalia.

O índice de abertura de lojas no terceiro trimestre foi de 3%, contra o fechamento de 1,6% das unidades, o que resultou num saldo de 1,4% no período. “A decisão de investimento está diretamente ligada ao cenário macroeconômico em que ela é realizada. Desta forma, é natural que haja uma diminuição de ritmo as vésperas de um pleito da magnitude que tivemos. Agora, com a definição dos vencedores, esperamos que o movimento de expansão ganhe um novo fôlego”, afirma o presidente da ABF.

Empregos no trimestre

A indústria do franchising registrou elevação relevante no nível de empregos no 3º semestre de 2018. A pesquisa da ABF apontou que houve uma alta de 6,7% no número de postos de trabalho no período, que passou de 1,205 milhão para 1,286 milhão de pessoas diretamente empregadas no setor. Em relação ao 2º trimestre o crescimento foi de 5%. Esse movimento está em linha com a lenta queda do desemprego que em setembro chegou a 11,9%, segundo dados do IBGE.

De acordo com o presidente da ABF, além da sazonalidade, os novos modelos de contratação previstos na reforma trabalhista contribuíram com este movimento. “No terceiro trimestre, algumas redes já começaram a se preparar para o Dia das Crianças, BlackFriday e mesmo o Natal. Nesse sentido, se destaca a modalidade de contrato intermitente que se adequa especialmente aos segmentos com picos de demanda e os horários de shopping centers”, disse. 

Segmentos

Todos os 11 segmentos listados pela ABF tiveram desempenho positivo no terceiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado. A pesquisa indicou que o segmento com maior crescimento no período foi Entretenimento e Lazer, com alta de 25,2%. A diversificação de serviços, o lançamento de novos formatos de negócios e a expansão em unidades foram os principais fatores que contribuíram com esse avanço. “É importante ressaltar que este segmento é mais recente no franchising e representa 1,3% do setor em faturamento, logo tem bastante espaço para crescer”, explica Vanessa Bretas.

Serviços e Outros Negócios foi o segundo de maior crescimento, com 10,3%, impulsionado, principalmente, pelos serviços logísticos. O terceiro melhor desempenho foi registrado em Saúde, Beleza e Bem-Estar, com 9,7%. O segmento cresceu no período, alavancado principalmente pela venda de produtos de higiene e beleza e o desempenho de redes de depilação e outros serviços estéticos.

Alimentação ficou em 4º lugar (6,7%), graças aos investimentos das redes em promoções, eficiência operacional e novos modelos e canais de venda, principalmente o delivery. O mês de Agosto, com muitos dias úteis, foi especialmente positivo e alancou o desempenho do trimestre.  

Ao observarmos o desempenho nos últimos 12 meses (4ºTRI2016-3ºTRI2017 X 4ºTRI2017-3ºTRI2018), os segmentos de Entretenimento e Lazer (expansão de 11%), Serviços e Outros Negócios (9,3%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (8,5%) e Alimentação (7,4%) também se destacam. Neste período mais longo, Hotelaria e Turismo também aparece com um crescimento expressivo de 8,8%, impulsionado, principalmente, por vendas online.

Projeções para o fechamento do ano

Com este desempenho, a ABF projeta que o crescimento do setor em 2018 deve ser de cerca de 7% em faturamento e de 5% em unidades franqueadas. Já o volume de redes em operação no País deve se estabiliza na casa das 2800 redes.

Metodologia

A Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising referente aos meses de julho a setembro envolveu uma base amostral com redes respondentes que representam cerca de 35% das unidades e 44% do faturamento total do setor. Abrangendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.