Redes de franquias brasileiras avançam na internacionalização: veja três cases de sucesso

Segundos dados da ABF, houve um aumento de 16% no número de franquias que são internacionalizadas

A reabertura total das atividades econômicas, a contínua busca das empresas por atuar em novos mercados, a ampliação do faturamento em moedas mais fortes e a mitigação de riscos econômicos são os principais motivos para que franquias, de diferentes segmentos, deem continuidade aos planos de internacionalização. Em abril deste ano, a pesquisa da ABF – Associação Brasileira de Franchising sobre a Internacionalização das Franquias Brasileiras mostrou que as redes de franquias brasileiras registraram um crescimento de 16% na atuação além-fronteiras no ano passado frente a 2021. Além disso, o número de marcas no exterior no subiu de 183, em 2021, para 213 em 2022. Com referência aos países em que há presença de marcas nacionais, o número também cresceu, passando de 114 para 126 nações, uma alta de mais de 10%.

Já com relação aos segmentos, o de Moda continua liderando a lista por número de marcas, porém diminuiu a sua participação, de 44 para 40, empatando com Saúde, Beleza e Bem-Estar, que em 2021 contava com 36 redes no exterior. Alimentação, que subiu de 27 para 32 marcas, Educação, de 21 para 26, Serviços e Outros Negócios, de 15 para 21, e Casa e Construção, de 13 para 20, apresentaram crescimentos mais expressivos. Como exemplo, há quatro empresas que seguem abrindo lojas no exterior, como a Calçados Bibi, Casa do Construtor, iGUi e Mr. Cheney.

Como estão as marcasUma imagem contendo no interior, mesa, laranja, quarto Descrição gerada automaticamenteSeguindo o objetivo de chegar com 100 operações internacionais até 2030, a maior rede de calçados infantis do Brasil, a Calçados Bibi, amplia a atuação na América Latina, com a abertura da 10ª loja no Peru. Inaugurada na primeira quinzena de agosto, a unidade faz parte da estratégia da marca de levar os calçados fisiológicos com tecnologia brasileira para países da América Latina e da Europa. Ao todo, a empresa já conta com 20 pontos de vendas no exterior. A Bibi é referência na produção de calçados com tecnologias que permitem o desenvolvimento natural e saudável dos pés dos pequenos. No Brasil, a marca está presente em mais de 130 pontos, além de possuir um e-commerce próprio e atuar com mais de 3 mil parceiros multimarcas.

“Neste ano, planejamos seguir com o nosso plano de expansão no exterior. Ainda em agosto, está prevista a inauguração de mais uma operação no Equador, totalizando sete lojas no País, além da abertura de mais uma unidade na Guatemala, prevista para novembro. Essa expansão internacional só é possível graças aos parceiros comerciais que temos de longa data nos países onde já exportamos produtos com marca e design próprio, e que tem potencial para receber uma franquia da rede. Isto permite que a implantação de uma operação de loja seja mais assertiva, já que conta com uma base de conhecimento sobre o varejo local, a marca, o produto e os hábitos de consumo dos clientes de determinada região”, comenta Andrea Kohlrausch, presidente da Bibi, que além das franquias, também conta com duas plantas fabris, localizada nas regiões Sul e Nordeste do Brasil.

Já no caso da Casa do Construtordifundir os benefícios dos conceitos de ressignificação da posse e da economia compartilhada para além das fronteiras brasileiras faz parte dos planos de expansão da marca. Com mais de 600 unidades – sendo cinco no Paraguai e duas no Uruguai –, a maior rede de franquias de locação de equipamentos para construção civil e soluções para o dia a dia da América Latina deu início ao processo de internacionalização, em 2018, por Assunción, capital paraguaia. A marca planeja chegar até o final de 2025 a outros países da América Latina, como México, Argentina, Bolívia. Panamá, Chile, Peru e Colômbia, estendendo sua atuação também para a Europa, iniciando por Portugal e Espanha.Caminhão azul parado na rua Descrição gerada automaticamente com confiança média“Este movimento de internacionalização vem do entendimento que a empresa tem em relação à necessidade global da construção civil em contar com equipamentos adequados para todas as fases da obra, seguros, em conformidade com as normas, bem-conservados e revisados. Esse processo visa oferecer ao cliente tranquilidade, economia de tempo, dinheiro e, principalmente, a certeza d que sua obra não vai parar. Difundindo esse conceito, que já é consagrado no Brasil, pretendemos abrir mais 100 unidades até dezembro de 2025.”, diz o diretor de Expansão, Bruno Arena. E por que iniciar a exploração justamente por tais mercados? “O Chile, por exemplo, além da proximidade geográfica conta com regras tributárias semelhantes às nossas. Já em Portugal, temos a proximidade da língua e, por fazer parte da União Europeia, é uma porta de entrada para aquele continente”, completa.

Uma imagem contendo ao ar livre, grama, edifício, rua Descrição gerada automaticamenteJá a iGUi – fabricante de piscinas em poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV) – é reconhecida também como a franquia mais internacionalizada do Brasil. Atualmente, a marca que é sinônimo de piscina conta com mais de 1.200 unidades no País e em outros 54 países dos cinco continentes, sendo 285 delas no exterior. A rede conta, ainda, com fábricas (máster franquias) estrategicamente instaladas, além do Brasil, na Argentina, Paraguai, México, Estados Unidos e Portugal. Por sua expansão além-fronteiras, a iGUi conquistou o Prêmio ABF Destaque Franchising de Internacionalização 2022 e três Certificados de Franquia Internacional, concedidos pela ABF.

Placa de letreiro afixada em fachada de loja com cobertura de entrada de estabelecimento Descrição gerada automaticamente com confiança médiaNo segmento de Alimentação, o Mr. Cheney – primeira rede de franquias de cookies e sobremesas tipicamente americanas – tem analisado o mercado europeu e da América do Norte para investir na internacionalização. “Principalmente Portugal e os Estados Unidos. Já temos franqueados com interesse nesses dois mercados e estamos conversando para futuros negócios”, explica o Johannes Ayres Castellano, sócio-diretor do Mr. Cheney.