O mercado de trabalho existente em decorrência da demanda dos turistas, seja a lazer, seja a negócios, fechou 142 postos formais de trabalho em janeiro. Assim, o setor de turismo paulista encerrou o mês com um estoque ativo de 275.695 vínculos empregatícios ativos, leve queda de 0,3% em relação ao mesmo mês de 2017. É menor taxa de retração desde agosto de 2015. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor eliminou 909 empregos celetistas.
Os dados são da Pesquisa de Emprego do Setor de Turismo no Estado de São Paulo (PESP Turismo), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Entre as sete atividades analisadas pela pesquisa, apenas duas registraram queda no número total de empregos com carteira assinada, em relação a janeiro de 2017: transportes (-1,6%) e alimentação (-0,6%). No segmento de transportes, 293 vagas foram fechadas no primeiro mês do ano, com destaque para a atividade de transporte aéreo regular de passageiros, que extinguiu 141 postos de trabalho, e transporte rodoviário de passageiros na modalidade interestadual, que fechou 52 vagas. O setor de alimentação, por sua vez, fechou 41 vagas no período.
Por outro lado, o estoque de empregados do setor de eventos cresceu 4,3% em relação a janeiro do ano passado, o que representa 142 novas vagas. O setor de cultura e lazer, apesar do encerramento de 53 postos de trabalho em janeiro, teve alta de 3,9% no total de vínculos formais no comparativo com o primeiro mês de 2017.
Para a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, mesmo com o leve recuo em janeiro, os empresários do setor de turismo relataram otimismo para 2018, o que necessariamente representa criação ou reabertura de vagas. “Nossa maior preocupação hoje é com a questão salarial, pois os números revelam que posições de melhor remuneração (transporte aéreo) são eliminadas, dando lugar a posições de remuneração variável e pouca estabilidade (eventos)”, afirma.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, ao avaliar o desempenho mensal do setor de turismo no Estado de São Paulo, observa-se que há uma forte eliminação de vagas no primeiro trimestre de cada ano, o que já é esperado passada a temporada de férias, e uma volatilidade nos meses seguintes com a apuração de saldos positivos e negativos relativamente pequenos. Esse movimento reflete o cenário de estabilização do mercado de trabalho formal do setor e que deve perdurar neste início de ano.
A Entidade destaca ainda que o número de vagas fechadas em janeiro deste ano é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando 525 empregos celetistas foram perdidos.
Nota Metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Turismo do Estado de São Paulo é elaborada a partir de informações da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Nela são contempladas 85 atividades de acordo com os respectivos CNAES (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) de subclasse 2.0, divididos em atividades predominantemente turísticas e não predominantemente turísticas.
Para atingir o objetivo de mensurar o mercado de trabalho existente unicamente devido a demanda de viajantes, de lazer ou trabalho, nas atividades não predominantemente turísticas, foram identificados quais dos 645 municípios do Estado de São Paulo possuem mercado de trabalho com média superior de vínculos em comparação a base de referência estadual. Para isso se utilizou o tradicional medidor de vocação locacional, o Quociente Locacional (QL). Como aplicação dele, se permite através de percentuais estimados do estoque ativo de vínculos formais atingir uma projeção do tamanho do mercado de trabalho do setor de turismo da economia paulista.