IPO DA RI HAPPY – INSPIRAÇÃO PARA O PLANEJAMENTO

Em 1988, o Dr. Ricardo Sayon, sua esposa e um administrador de empresas, Roberto Saba, fundaram uma loja de brinquedos infantis.

Não acreditavam naquela época que seu empreendimento se tornaria uma  história de sucesso no mundo empresarial. Vinte e quatro anos após o nascimento da Ri Happy, o Carlyle Group adquiriria 85% das ações da empresa e nesta semana os jornais anunciam seu IPO (Initial Public Offering – Oferta Pública Inicial) por um valor estimado de R$ 860 milhões de reais. Não é pouca coisa para um varejista com mais de 150 lojas e 30 anos de estrada. 

Muitos empreendedores ficam com os olhos arregalados quando lêem estas notícias e talvez gostariam de estar no lugar do Dr. Ricardo. Mas esta história, da qual apenas narrei os dois grandes desfechos, teve muitos capítulos de suor, dedicação e visão que por muitas  vezes são esquecidos na hora de sucesso, mas que merecem “leitura” apurada.

Reunido com empresários, muitas vezes vejo discussões sobre  o desejo longínquo de um dia se buscar o aporte de capital de um Fundo de Investimentos ou de se abrir o capital na forma de um IPO. Entretanto o desejo por si só não leva aos objetivos. É preciso um planejamento sistemático para concretizar os anseios dos sócios. 

Todas as empresas, objetivando ou não abrir seu capital ou buscar uma parceria com um investidor financeiro, deveriam se preparar para tal desfecho. Nunca se sabe o que irá acontecer no futuro. Com certeza Dr. Ricardo e sua equipe de profissionais, levaram anos para colocar a Ri Happy no ponto adequado para darem os saltos tão bem sucedidos. 

Portanto, talvez o principal ponto do planejamento de médio prazo de uma empresa, deveria se intitular: RUMO À ABERTURA DO CAPITAL.

Uma série de sub-itens deveriam compor a rubrica  “Rumo à Abertura do Capital”: a nossa empresa tem relatórios econômico-financeiros adequados, fidedignos e auditados? Estamos em dia com a nossa situação fiscal?  A boa governança corporativa já está implantada? Temos um Conselho funcionando? Nossos controles internos são confiáveis? A estrutura societária está definida e consolidada? Aspectos ligados a Recursos Humanos e estrutura organizacional estão implantados? A conformidade permeia a empresa? 

Uma vez respondidas e implantadas estas questões, o que pode levar muitos meses, podemos arregaçar as mangas e ir a campo buscar os recursos que precisamos para a execução de nossos planos.

Esperem aí! Não falei de mercado, produtos, concorrentes, etc. É claro que qualquer investidor ou futuro acionista irá também analisar profundamente estes  aspectos que são muito mais visíveis para todos. Entretanto os pontos elencados acima, que necessariamente deverão fazer parte do planejamento, e menos visíveis para o grande público,  são a base para o sucesso de médio e longo prazos de qualquer empresa. 

Com certeza Dr. Ricardo de uma ou outra forma passou por este exercício, e hoje RI (de Ricardo) está Happy (feliz). Que a Ri Happy seja um paradigma para os empresários brasileiros.