Em setembro, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) registrou 95,7 pontos, crescimento de 2,2% em relação ao mês anterior – a maior pontuação desde janeiro de 2015. Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o índice estava em 78,7 pontos, o IEC aumentou 21,6%. A tendência de expansão das empresas de varejo é maior agora do que há um ano, e isso é reflexo dos efetivos resultados da economia, porém, mais importante do que isso é que, mesmo atravessando todas as dificuldades que a economia brasileira ainda apresenta, a tendência de expansão do comércio tem se mantido. É o que aponta o Índice de Expansão do Comércio (IEC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O Nível de Investimento das Empresas (um dos indicadores que compõem a pesquisa e sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos) aumentou 1,7% em relação a agosto, ao passar de 73,3 para 74,5 pontos. Na comparação anual, porém, houve forte crescimento (23,6%).
O subíndice Expectativas para Contratação de Funcionários (outro componente do IEC) registrou alta de 2,5% na comparação com agosto e atingiu 116,9 pontos, ante os 114,1 pontos no mês anterior. Na comparação anual, o crescimento foi mais expressivo, chegando a 20,4%. Em ambos os casos, essa foi maior pontuação desde o início de 2015.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o governo parece ter definitivamente alcançado um novo patamar de governabilidade, após as turbulências do fim da primeira metade do ano. A Federação acredita no encaminhamento com sucesso da Reforma da Previdência, indispensável ao ajuste fiscal, além de reduzir, e muito, injustiças enormes entre aposentados dos setores público e privado. Com relação às reformas Política e Tributária, apesar de importantes, elas não são cruciais agora – e os projetos parecem abaixo do desejável.
Para a Entidade, a tendência de recuperação da confiança é relevante, apesar dos dados de janeiro e fevereiro terem ficado abaixo daqueles observados nos meses imediatamente anteriores. Em junho, em decorrência dos eventos recentes, o indicador entrou em “compasso de espera” e retomou de forma leve em julho e agosto. Era esperado que, enquanto a situação não se definisse, os empresários e consumidores fossem muito mais cautelosos nas decisões, mas essa retração de comportamento foi menos intensa do que se apostou entre maio e junho.
A FecomercioSP reforça que, no caso específico das contratações, a capacidade ociosa de pequenas empresas do varejo não se confirmou tão grande, dado que essas empresas trabalham no seu limite, e qualquer indício de retomada enseja uma contratação. A Federação acredita que as contratações de temporários para o Estado de São Paulo neste ano voltarão ao patamar pré-crise, e mantida a tendência de recuperação de vagas formais no varejo, a expectativa de contratação de trabalhadores temporários para 2017 é de até 25 mil vagas.
Nota metodológica
O Índice de Expansão do Comércio da região metropolitana de São Paulo é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas.