A percepção de que a economia vai se recuperar se consolida, gradativamente, entre os empresários do comércio varejista da Região Metropolitana de São Paulo. Pelo quarto mês consecutivo, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) – pesquisa realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – registrou elevação no comparativo mensal e, em agosto, atingiu 77,9 pontos, alta de 0,1% em relação a julho. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o indicador apontou 67,2 pontos, houve crescimento de 15,8%. Apesar da recuperação do otimismo, o indicador se mantém há 19 meses abaixo dos 100 pontos, o que sinaliza pouca disposição para investir ou contratar por parte dos empresários.
Segundo a Entidade, houve uma mudança de paradigma empresarial no setor na virada de semestre e isso pode indicar uma reversão positiva já no final deste ano e começo de 2017, após mais de dois anos de crise. Na avaliação da Entidade, o varejo precisava de mudanças que trouxessem boas perspectivas, bem como de um ar de otimismo e, aparentemente, esse momento chegou e está se consolidando.
O Nível de Investimento das Empresas (um dos indicadores que compõe a pesquisa e sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos) teve crescimento de 2,1% em relação a julho, ao passar de 60,1 para 61,3 pontos. Na comparação anual, foi registrada alta de 3,1%.
Já o subíndice Expectativas para Contratação de Funcionários (o outro componente do IEC) registrou queda de 1,1% na comparação com julho e atingiu 94,5 pontos. Porém, no comparativo anual, o subíndice registrou crescimento expressivo de 25,9% em relação a agosto de 2015.
Para a FecomercioSP, a recuperação do emprego é a tarefa mais difícil e necessária a ser implementada pela equipe econômica do novo governo e o varejo tem papel fundamental nessa resposta, por sua característica de ser grande empregador de mão de obra. A Entidade pondera que a curva de recuperação do nível de investimento é mais tênue, mas também o patamar atual já se encontra acima do visto em agosto do ano passado. Ou seja, de forma geral as empresas percebem que o momento é melhor do que era no passado recente e também do que no mesmo período do ano de 2015, quando a crise ainda avançava. A Federação aponta para o fato do setor indicar que será ele o primeiro a dar enorme contribuição e exibir sua confiança na economia do País.
No segundo semestre, já parece haver evolução após um longo período de crise, para a FecomercioSP o País pode já ter atingido o fundo do poço. Não há euforia, mas há esperanças, algo que tem estado fora das análises dos indicadores da Entidade (que se mostraram acertados diante dos fatos) nos últimos dois anos.
A Federação reitera que a percepção positiva dos empresários deverá ser retomada com o final do imbróglio político. Novas perspectivas vão se abrir se as novas diretrizes da economia tiverem eco e respaldo político para sua implementação. De qualquer maneira não há como uma eventual recuperação modesta reverter todo o quadro de deterioração econômica já presente. A Entidade mantém sua preocupação com este ano, mas agora com um sopro de otimismo cada vez maior para 2017. O Natal pode simbolizar essa virada como a primeira data importante a ter resultado positivo depois de muito tempo. A definição do quadro político vai terminar de sedimentar esse caminho para a retomada.
Nota metodológica
O Índice de Expansão do Comércio da Região Metropolitana de São Paulo é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas.
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