Em dezembro, o Índice de Estoques (IE) alcançou 106,1 pontos, alta de 3,9% na comparação com novembro. Em relação ao mesmo mês de 2015, a alta é ainda maior (14,1%). Assim como no mês anterior, o crescimento do indicador se deu pela diminuição da proporção de empresários com estoques acima do adequado, que passou dos 35,6% em novembro para os 33,2% em dezembro (queda de 2,4 pontos porcentuais), menor patamar desde julho de 2015. Em relação a dezembro de 2015, quando 37,2% dos empresários do comércio disseram estar com estoques acima do adequado, houve queda de 4,0 p.p.. Já a parcela de empresários com estoques abaixo do ideal registrou pequena elevação de 0,3 p.p., passando de 13,3% em novembro para 13,6% em dezembro.
Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
A proporção de empresários que consideram seus estoques adequados registrou crescimento de 1,9 p.p. no comparativo mensal, passando dos 51% para 52,9%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 6,5 p.p., quando essa parcela era de 46,4%.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado do IE de dezembro mostra que a redução média dos estoques é a melhor notícia para o varejo, às vésperas do Natal. Segundo a Federação, se bem geridos os setores de compras das lojas, o Natal será um excelente momento para ajustar definitivamente (ou quase) os estoques em excesso. Ainda assim, os resultados médios deste ano serão ruins, mas com perspectivas moderadamente positivas.
Os indicadores apurados pela FecomercioSP, compostos pela confiança de empresários e consumidores, índice de estoques, propensão a investir, entre outros, indicam que o Brasil está rumo à recuperação em 2017. A tendência é de melhora na medida em que as políticas de equilíbrio macroeconômico forem implantadas (como o atual caso da PEC 55, da Reforma Trabalhista e da Previdência). Mesmo que as variáveis econômicas estejam submetidas a um ambiente político ainda tumultuado, os ajustes estão sendo feitos. O ano que vem ainda deve apresentar problemas, porém com tendência de diminuição gradativa das tensões e com maior transparência política.
A FecomercioSP acredita que com bom acompanhamento das vendas, os empresários poderão aproveitar o fim do ano para ajustar seus estoques. Entretanto, a Entidade não acredita que o ajuste seja homogêneo. Não será possível, por exemplo, um ajuste de estoques baseado nas vendas de Natal para segmentos como o de Concessionárias ou de Móveis e Decorações. Mas para Vestuário, Calçados, e até alguns eletroeletrônicos mais simples e baratos o período pode ser muito positivo para o término desse ciclo.
Nota metodológica
O Índice de Estoques é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com informações de cerca de 600 empresários do comércio nos municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques para “acima” – quando há a sensação de excesso de mercadorias – e para “abaixo”, em casos de os empresários avaliarem a falta de itens disponíveis para suprir a demanda a curto prazo.
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