A inadimplência dos belo-horizontinos recuou um ponto percentual (p.p.) em agosto, frente a julho, atingindo 4,6% dos consumidores belo-horizontinos. É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Fecomércio MG, com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A liberação das contas inativas do FGTS, a partir do terceiro mês do ano, foi efetiva para a queda do índice, que era de 7,4% em março.
O endividamento das famílias também registrou leve retração, em comparação ao mês anterior. Se em julho, o índice foi de 15,7%, em agosto esse cenário é de 15,4%. “O indicador de endividamento é um termômetro de consumo. Tal redução indica uma queda nos compromissos financeiros adquiridos pelas famílias. Um ponto positivo é que a Peic de agosto revela que 70% dos entrevistados não têm, neste momento, contas em atraso. A melhora do ambiente econômico, com a menor pressão sobre o nível dos preços, associada à cautela do consumidor, é responsável por esse panorama”, comenta o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida.
As dívidas dos belo-horizontinos ainda permanecem concentradas no cartão de crédito. Em agosto, 88,5% dos entrevistados se mostram comprometidos com essa modalidade. Na sequência, aparecem o financiamento imobiliário (7,9%) e o cheque especial (7,8%). A maior parte dos entrevistados (51%) revela ter condição de pagar integralmente as contas em atraso. Já 1,1% das famílias acreditam que não terão condições de quitar compromissos financeiros atrasados. Esse índice é maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (1,4%).
Intenção de consumo
Também realizada pela Fecomércio-MG, a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias(ICF) de agosto ainda revela um comportamento cauteloso em relação às compras. Segundo os dados apurados pela CNC, o ICF mostra certa resiliência e continua no nível de insatisfação (74,1 pontos). Almeida pontua que a percepção das pessoas segue deteriorada, principalmente em relação a fatores ligados ao consumo e ao acesso ao crédito. “As famílias, em meio ao cenário de incertezas, permanecem cautelosas. O elevado nível de desemprego tende a gerar receio no consumidor, no que diz respeito ao comprometimento da sua renda. Além disso, apesar das quedas nominais dos juros nos últimos meses, o acesso ao crédito continua ocorrendo de forma restrita, dadas às altas taxas cobradas aos consumidores”, argumenta.
O ICF de agosto mostra que 47,3% das famílias estão comprando menos, enquanto que 30,4% afirmam manter o nível de consumo. Para 53,9% dos entrevistados, a perspectiva de consumo para os próximos meses deve ser menor que no segundo semestre de 2016. Outros 22% acreditam que a tendência é de que o consumo familiar seja igual ao do segundo semestre do ano passado.
Leia a íntegra da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF)no site da Fecomércio MG.
Imagem: Freepik