A manutenção do ritmo gradativo do crescimento econômico e a continuidade de iniciativas para aumento de eficiência e inovação por parte das redes levaram o setor de franquias a um crescimento nominal de 8,4% no segundo trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2017. O faturamento passou de R$ R$ 37,565 bilhões para R$ 40,734 bilhões. É o que aponta a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising divulgada hoje pela ABF – Associação Brasileira de Franchising.
De acordo com o levantamento, o desempenho do setor de franquias no 1º semestre deste ano comparado ao mesmo período de 2017 resultou numa alta de 6,8%. O faturamento subiu de R$ 74,455 bilhões para R$ 79,496 bilhões. Quando comparados o segundo trimestre com o primeiro trimestre de 2018, o crescimento foi de 5,1%. Já em relação ao valor acumulado dos últimos 12 meses, o aumento da receita foi de 7,4%. Esse índice elevou o faturamento de R$ 156,812 bilhões para R$ 168,360 bilhões.
12 meses acumulados
Para Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF, “esse resultado expressivo no trimestre, ainda diante de um cenário de incertezas na economia e na política, se deve à manutenção das vendas, mas, especialmente, a uma retomada do ritmo de expansão e ao empenho das redes em diversificar formatos e produtos”.
De acordo com Vanessa Bretas, gerente de inteligência de mercado da ABF, outros fatores que contribuíram para o bom desempenho do franchising no segundo trimestre foram pontuais. “O Dia dos Namorados e o Dia das Mães foram bons para as redes de franquiase nos dias de jogos da Copa do Mundo, ramos como os de padarias e bares tiveram um aumento de demanda, ao contrário de outros, como o de vestuário, que observaram queda, mas, no geral, o desempenho do setor foi positivo no trimestre pesquisado”, avalia.
Cristofoletti lembrou que o setor, assim como o mercado de forma geral, sentiu os efeitos da greve dos caminhoneiros (ocorrida em maio). “As redes ligadas ao varejo mais tradicional, que dependem da distribuição de produtos, por exemplo, sentiram um pouco mais o impacto da greve, mas a própria dinâmica do setor, que em momentos como esse, por atuar em rede, consegue manter o provimento de produtos ou matérias-primas para as suas operações, fez com que esse impacto fosse menos intenso”, observa. Ainda segundo o executivo, mesmo com a paralisação e a queda dos índices de confiança empresarial e do consumidor em junho, os níveis ficaram ainda acima dos registrados no 2º trimestre do ano passado e o setor de franquias foi favorecido pelo aumento da oferta de crédito para as empresas nos meses de abril a junho deste ano.
O índice de abertura de lojas no segundo trimestre foi de 3,1%, contra o fechamento de 1,3% das unidades, o que resultou num saldo de 1,8% no período. Este resultado foi melhor quando comparado ao primeiro trimestre deste ano, em que o índice de abertura havia sido 2,2% e fechamento 1,2%, com um saldo de 1%. “Começamos a notar uma disposição maior na expansão por parte das redes, especialmente em novos entrantes no mercado e de modelos mais enxutos. Esse movimento se refletiu fortemente inclusive na ABF Franchising Expo deste ano”, comenta a gerente de inteligência de mercado da entidade.