Franquias apostam na expansão para manter crescimento na crise

Com a economia em franca retração e queda no consumo, no PIB e na renda dos brasileiros, algumas redes de franquias apostam em taxas de crescimento acima de 10% para este ano, números bem acima dos encontrados fora do mercado de franquias.

Para garantir esses números, essas empresas apostam, entre outras medidas, na expansão para o interior do país e no aumento do número de unidades e revelam que o otimismo demasiado tem uma intenção clara: passar a mensagem para os franqueados de que é possível sobreviver a um período tão pessimista como o que Brasil passa hoje.

“A gente tem que procurar também passar pro nosso franqueado essa mentalidade e essa ousadia de que ele pode também conquistar mais mesmo num cenário não tão favorável assim”, conta o diretor de marketing da Seguralta, Marcelo Macri.

A rede de venda de seguros espera crescer 40% em faturamento em 2016 e conta para isso com três pilares: interiorização e expansão de unidades, renovação dos clientes já existentes e a prospectação de novos clientes pelos atuais franqueados.

Para dar certo, Macri reconhece que é preciso ter uma taxa de manutenção de clientes acima dos 90% e a sustentação dos antigos franqueados num mercado de seguros cujo crescimento foi de 10% no ano passado e cuja previsão para 2016 é de crescimento de 9% como um todo segundo números da própria da Seguralta.

“Talvez essa seja uma meta muito alta, mas a gente acredita também que se a gente não colocar um objetivo agressivo,  não vamos passar essa mentalidade para o franqueado e ainda assim, se a gente chegar num crescimento de 30% tendo colocado a meta de 40%, seria excelente para um ano tão ruim”, avalia Macri.

Já redes como a Sigbol Fashion, do ramo de educação e treinamento e cuja expectativa de crescimento no faturamento para um ano de crise é de 20%, contam justamente com a alta taxa de desemprego e busca por profissionalização como base para expandir unidades e garantir números tão otimistas no mar de pessimismo pelo qual passa o país.

“O comércio foi duramente afetado e a indústria e serviços também, mas o ensino profissionalizante dentro da área de serviços tem um diferencial de não ser consumo, mas a valoriação do ser humano, que é muito diferente do consumo”, destaca o diretor da Sigbol Fashion, Aluísio de Freitas.

Com a oferta de cursos de moda e confecção, a rede aposta num aumento de 50% no número de unidades sobretudo em cidades com até 300 mil habitantes. Para isso, a marca apostou nos chamados “modelos smart”, com metade da capacidade de um modelo padrão de 110 alunos e, por isso, mais baratas – o que atraído a atenção de potenciais franqueados.

“Para se ter uma ideia o nosso plano de expansão antes do smart era de 99 unidades no Brasil como um todo. Com a smart, que foi um sucesso, esse número subiu para 250 unidades como projeção inicial”.

A estratégia é responsável por metade da projeção de faturamento da rede. Sem isso, Freitas afirma que a Sigbol teria um crescimento no faturamento um pouco menos expressivo, de 10%.

“Claro que você acaba tendo tanto pra captação de novos alunos como de franqueados uma maior dificuldade, mesmo com volume crescente de busca por cursos as pessoas estão um pouco mais indecisas na hora de investir, pensam mais, esperam e buscam condições melhores”, reconhece Freitas.

No mesmo sentido, o diretor da Seguralta, Marcelo Macri, aposta numa retomada da economia a partir da resolução dos problemas políticos do país, como o desfecho do processo de impeachment previsto para meados de maio.

“Eu acho que vai ter uma melhora no humor de todo mundo por ter se encerrado uma fase ruim da política. Esse otimismo pode fazer com que as coisas melhorem”, acredita Macri. 

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