Franqueada da Mary Help vence preconceito e se torna caso de sucesso no franchising

Aos 39 anos, Flávia de Araujo, que é contadora especializada em gestão de pessoas pela UFF, é também empresária. Franqueada da unidade da Mary Help – especializada em serviços de profissionais diaristas e seleção de mensalistas, no Rio de Janeiro, ela conta como venceu o preconceito e abriu o próprio negócio, em uma história repleta de desafios e muita luta. 

“É como se tivéssemos que seguir uma fórmula: Pobres e negros não empreendem, estude, tente um concurso público e você vai ter estabilidade. Ou você escuta que o que você faz não é trabalho. Empreender? Quem você pensa que é? Como você pôde tomar uma decisão dessas sem falar com ninguém, está pensando que ter alguma coisa nesse país é fácil? Como você deixa seu emprego, para fazer isso?”, declara.

Quando decidiu empreender, Flávia não teve muito apoio, as pessoas não acreditavam, familiares davam um prazo para que a “fantasia” de empreender acabasse antes dos cinco anos.

A empresária sempre trabalhou com Contabilidade e abriu mão do emprego, pediu demissão sem nenhuma garantia, nem segurança, nem tão pouco clientes. “Nem sempre dava para estar em todas as festas de família, eu abri mão de muitas coisas, mas principalmente do medo”. 

Além de gostar de atividades ligadas à organização doméstica, Flávia se deparou com a dificuldade de encontrar bons profissionais para fazer a limpeza de sua residência, até que um casal de amigos fez o convite de conhecer uma Feira de Franquias, e foi assim que ela se identificou com a proposta de negócio da Mary Help. “Foi amor à primeira vista, olhei outras franquias, com atividades bem diferentes, valores também, porém, nenhuma outra me interessou tanto quanto a Mary Help!”. A unidade foi aberta em 2014 com um investimento em torno de R$ 50 mil. Hoje atende em média 750 clientes.

“Não podemos negar a parcela da população composta por negros que veem no empreendedorismo a solução pela falta de opção. Não se trata aqui de uma escolha por ter inúmeras opções, trata-se em muitos casos, de uma única saída pela falta de emprego. Precisamos de políticas públicas de incentivo ao empreendedorismo, em todas as escolas, principalmente em escolas públicas. Entender o que é empreender, qual o impacto no fortalecimento da economia do país, possibilidades e geração de novos empregos, aumento de renda da população, inovação. Hoje já podemos contar com diversos canais de informação na web para quem deseja empreender. Precisamos deixar de ver o empreendedorismo como a última alternativa somente pela necessidade, mas por opção, para isso é necessário, informação e formação a começar na educação infantil nas escolas”, relata Flávia.

A unidade de Flávia enfrentou todo período de forte crise econômica do país e alguns meses após a inauguração, Flávia engravidou e teve complicações no parto, o que acarretou nos negócios, porém ela não desistiu. “Passei por todas as necessidades que a maternidade exigia de mim naquele momento, decisões incorretas do ponto de vista de nossa gestão financeira, erros e mais erros. Mesmo assim eu queria continuar, algo dentro de mim dizia para continuar, aprendi na verdade a atravessar as dificuldades, buscando conhecimento, aperfeiçoamento, desenvolvendo habilidades que eu não tinha, e não desistir diante da dificuldade. Esse foi um período para mim de total superação e que me fez perceber que havia encontrado o que eu realmente queria fazer, que era empreender”.

Realizada não só em promover a recolocação ao mercado de trabalho, mas em capacitar profissionais para uma prestação de serviço de qualidade e segurança e em deixar seus clientes satisfeitos e confiantes nos serviços que presta, Flávia comemora e se sente orgulhosa por fazer parte da história de outras pessoas: “Hoje vejo tudo o que está sendo feito e sinto uma enorme alegria e satisfação! Recebo cartas, mensagens, presentes de profissionais agradecendo. Recebemos uma ligação de uma de nossas profissionais que nos disse que finalmente conseguiu sair da comunidade e comprar sua casa, profissionais que conseguiram realizar a sonhada festa de 15 anos de suas filhas; recentemente recebi uma carta em agradecimento de uma profissional que estava saindo da depressão. Nos escreveu uma carta falando da grande responsabilidade que temos sobre a vida de muitas mulheres. Me emocionei muito”, conta feliz.

Suas expectativas com a unidade são as melhores possíveis e Flávia almeja crescer e expandir sua atuação com novas unidades. “Gero empregos, dou oportunidades, ouço com atenção cada história. Receber o agradecimento de profissionais que estavam em sua última tentativa é extraordinário, me refaz! Dá sentido as minhas escolhas até aqui!”.

Flávia se reconhece como um caso de sucesso e quer inspirar outras mulheres. “Considerando as escolhas que fiz em função do que eu queria para mim, tudo o que precisei aprender e continuo aprendendo para alcançar resultados, as barreiras que precisei ultrapassar, posso dizer sim que me vejo como um caso de sucesso! Para quem quer começar a empreender, meu conselho é ter foco. Saber aonde está e aonde quer chegar buscando a preparação e o aprendizado necessário para isso. E começar! entender que os erros acontecem, mas você ajusta no caminho tendo a certeza de que há aprendizado em cada etapa”, conclui.