Franchising na Prática: como recrutar um bom franqueado?

É cada vez maior o número de franqueadoras no Brasil. Só até o fim de 2015 já eram 3.073 redes formatadas e em busca de franqueados. Muitas, ansiosas por fazer o negócio crescer, acabam fechando com franqueados despreparados, que dificilmente conseguirão levar o negócio com a qualidade e atenção necessárias. Perde o franqueado e o franqueador, que tem sua marca comprometida por clientes insatisfeitos.

Para minimizar esse problema, a única saída é criar bons processos de seleção de candidatos. Isso mesmo. As empresas não fazem recrutamentos detalhados para contratar bons profissionais? Nas franquias isso deve ser levado ainda mais a sério. Afinal, o franqueado tem um peso muito maior que um colaborador. Ele é praticamente um sócio da franqueadora.

No caso de funcionários de baixo desempenho, o desligamento da empresa, ainda que custoso, é simples e rápido de ser feito. Já para tirar um franqueado “problema” de uma rede de franquias, o processo é muito mais lento e doloroso. Há um enorme desgaste e despesas altas com rupturas contratuais e até processos judiciais.

Na Global Study, franquia de intercâmbio que cresce exponencialmente mesmo em meio à crise, a escolha do franqueado é feita com muito cuidado. A capacidade de investimento é a última coisa que levamos em consideração. É preciso ter uma série de habilidades para tocar o negócio e ter sucesso. Não raro, somos nós que dispensamos os candidatos por não terem o perfil adequado.

Para compartilhar essa e outras estratégias de sucesso da nossa marca, criamos a série “Franchising na Prática” onde pretendemos dividir as nossas experiências com outros franqueadores, a fim de contribuir para que o setor de franchising cresça de modo cada vez mais consistente e profissional no Brasil.

Nesse primeiro artigo, listamos seis dicas para que você, franqueador, selecione muito bem os seus franqueados. Escolher as pessoas certas, por meio de um processo de seleção qualificado e realmente sério, é a melhor maneira de garantir a segurança e qualidade da sua rede. Então, vamos lá:

Analise o perfil técnico: É muito importante que seu franqueado não seja um marinheiro de primeira viagem. Administrar uma empresa, ainda que com todo o suporte de uma franqueadora, é uma atividade que exige algumas habilidades e muita responsabilidade. Por isso, é importante que o candidato tenha uma boa formação (ainda que essa não seja uma exigência da franqueadora) e alguma experiência no mercado de trabalho. Essa vivência vai ajudar muito no dia a dia da operação.

Analise o perfil comportamental: Não adianta ser um grande técnico e não ter a tão importante inteligência emocional. Para lidar com clientes, colaboradores e franqueadores, o franqueado precisa ter muito jogo de cintura, equilibrando os interesses e atenção a todos. Ser uma pessoa positiva, com habilidade de comunicação e persuasão é imprescindível para o sucesso da rede. O franqueado tem que ser seguro, autoconfiante, capaz de transmitir tranquilidade aos que estão ao seu redor.

Teste o candidato na prática: Nada melhor do que levar seu potencial franqueado para a frente do balcão. Mesmo que ele não se torne um operador do negócio, delegando isso a colaboradores, é preciso que ele entenda a empresa como um todo, em cada fase do processo. Se ele se negar a executar determinadas tarefas é sinal de que pode não estar maduro o suficiente para encarar todos os desafios que terá pela frente. O empreendedor tem mesmo que ser “pau para toda obra”.

Avalie suas habilidades de liderança: Ser um líder inspirador, capaz de motivar os que estão à sua volta é outra característica importante. É preciso possuir habilidades de um líder para saber reconhecer as conquistas, cobrar os resultados e manter a equipe unida em torno do sucesso de todos. Perfis centralizadores, desconfiados e introvertidos costumam ter dificuldades para comandar uma unidade franqueada. Afinal, uma empresa é feita de pessoas, por pessoas e para pessoas.

Avalie sua capacidade de gestão: Lidar com colaboradores, clientes, fornecedores, sistemas, estoque e mais uma infinidade de coisas. Para dar conta de tudo isso, é preciso ser um bom gestor. Nesse sentido, o candidato precisa ser muito organizado, a fim de manter tudo em ordem e dentro dos prazos estabelecidos. Caso não tenha essa habilidade, dificilmente conseguirá conciliar todas as tarefas que uma unidade de franquia demanda.

Avalie suas condições financeiras: Muitas redes acham que esse é o item mais importante, mas, se o candidato não tiver todas as habilidades citadas anteriormente, de nada adiantará ele ter dinheiro para investir. Logicamente, a capacidade de investimento é importante. Além de bancar a criação de um novo negócio ele precisa ter capital de giro para sustentar a operação nos primeiros meses, quando a empresa estará se firmando. É preciso ter fôlego e consciência de que dificilmente se terá um retorno imediato, num curto prazo de tempo.  

Desejamos que essas dicas sejam realmente úteis na expansão da sua rede de franquias. Lembre-se sempre que o franqueado deve ser o seu maior parceiro, o principal interessado em fazer a marca crescer e gerar bons frutos para todos. No franchising, é preciso priorizar as ações de médio e longo prazo. Quem cresce a qualquer custo, normalmente recebe uma conta cara no futuro.

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