Fintechs de meios de pagamento buscam integração e querem estar onde bancos não chegam

Empresas como a Acqio, fecharam parcerias, lançaram soluções para e-commerce e integraram o PIX em seus serviços de pagamento

Felipe Valença, CEO da Acqio

A Global Findex Database, pesquisa do Banco Mundial que é desenvolvida a cada quatro anos, revelou que mais da metade dos brasileiros usa meios de pagamentos digitais. Apesar disso, segundo o levantamento, o país ainda pode crescer e ampliar sua atuação neste segmento. Para o CEO da Acqio, fintech de soluções de pagamento, Felipe Valença, um país de dimensões continentais, como o Brasil, ainda precisa ampliar as opções de pagamentos digitais. “Temos milhares de empreendedores espalhados por centenas de cidades, boa parte delas com pouca ou nenhuma infraestrutura bancária. Acredito que quando um banco fecha é a oportunidade de entrar com a Acqio na cidade. Através do nosso time de franqueados, estamos presentes hoje em cerca de 2.500 cidades no Brasil. Aproximadamente 2/3 dos nossos 50 mil clientes foram bancarizados por nós, ou seja, não tinham conta corrente antes de serem nossos clientes”, ressalta o executivo.

Os dados do estudo do Banco Mundial mostram que a pandemia acelerou o processo de digitalização dos pagamentos, em especial na América Latina (AL). Segundo a pesquisa, são 150 milhões de pessoas na AL com contas bancárias, mas que utilizam dinheiro em espécie para realizar pagamentos. No Brasil, a estimativa é que existam 50 milhões de pessoas nessa condição.

Valença ressalta que algumas mudanças vieram para ficar, como o Pix, que já está integrado nas soluções de pagamento da Acqio. “Os novos meios de pagamento não são concorrentes, e sim complementares. O Pix ajudou a bancarizar muitas pessoas, assim como temos feito com os nossos clientes. Nosso objetivo é tornar o sistema financeiro cada vez mais acessível e integrado, levando soluções de pagamentos para todos os brasileiros. O Pix tem feito uma revolução no sistema financeiro nacional e faz parte do conceito de Open Finance que foi criado para ajudar na inclusão financeira e digital. E tem sido com base nessa inclusão que a Acqio tem pautado sua conduta”.

Como digitalizar PME’s? Acqio mira em cidades pequenas e médias

Em um cenário de lenta retomada econômica e alta taxa de desemprego, muitas pessoas buscam uma forma mais barata de empreender. Nesse sentido, tem aumentado a procura por microfranquias, conhecidas por serem mais acessíveis. Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem 562 redes de microfranquia no país, sendo 63% com foco somente no modelo e 37% mistas (que contam também com o formato tradicional).

Para expansão das microfranquias da Acqio – com investimento de R$8 mil -, uma das estratégias adotadas foi a interiorização, tendência que já vinha ganhando força no setor nos últimos anos. Por ter baixo custo de investimento, não se torna um entrave em cidades com menos demanda.

O CEO da Acqio destaca os objetivos da empresa. “É através da franquia que a Acqio impulsiona sua força de venda em todas as regiões, levando soluções de pagamento para pequenos e médios empreendedores em centenas de cidades. A expectativa é comercializar 300 novas franquias em 2022, hoje estamos com 869 franqueados. É caro manter uma agência bancária, e quando uma delas é fechada em alguma cidade, é a oportunidade para um franqueado nosso nascer”, destaca Valença.

Em outra frente, a Acqio fechou um contrato nacional com a startup Bee Delivery, plataforma que conecta empresas e entregadores. A parceria entre as empresas vai usar a infraestrutura do Acqio Online para unificar a solução de pagamentos das empresas que usam a plataforma da Bee Delivery. A operação entre as duas startups deve gerar 3,5 mil transações por mês, chegando a um volume total de pagamentos (TPV) de R$600 mil. Com a integração do PIX no Acqio On-line, o volume de transações deve aumentar em cerca de 2 mil transações por mês, adicionando mais de R$500 mil de TPV.