Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
De acordo com a Federação, entre as 16 regiões analisadas, apenas o comércio varejista da região do Litoral paulista mostrou resultado positivo em novembro (1,3%), enquanto as demais apresentaram recuo em suas vendas.
Sete das nove atividades analisadas apresentaram quedas expressivas em novembro, das quais quatro delas, acima de 15%: concessionárias de veículos (-23,7%), materiais de construção (-20,6%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-17,6%) e outras atividades (-15,6%). Somados, os quatro segmentos contribuíram negativamente com a retração geral com 9,8 pontos percentuais. Por outro lado, os setores de supermercados (3,5% e colaboração no resultado geral de 1 ponto percentual) e de farmácias e perfumarias (0,7%, sem contribuição significativa), foram os únicos que não recuaram.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, além das baixas observadas no mês, o fraco desempenho dos setores de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-11,2%) é um forte indício de que nem mesmo as vendas promocionais da Black Friday de 2015 conseguiram impedir a forte redução das vendas do segmento.
A FecomercioSP aponta que a retomada do crescimento das vendas varejistas é improvável no médio prazo, e afirma que em 2016 poderá se consolidar a maior crise já vivida pelo comércio paulista, com retrações expressivas das atividades sem sinais de arrefecimento, dando continuidade a um cenário de desalento e baixas perspectivas.
Varejo paulistano
Das nove atividades analisadas, seis registraram queda, sendo que quatro retraíram acima de dois dígitos: materiais de construção (-21,5%), outras atividades, setor em que predomina o varejo de combustíveis (-19,1%), concessionárias de veículos (-15,0%) e lojas de móveis e decoração (-11,7%). Juntas, as quedas pressionaram negativamente o índice geral em 7,8 pontos percentuais.
No sentido oposto, as três atividades que conseguiram obter taxas de crescimento foram supermercados (4,0%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (1,9%), farmácias e perfumarias (1,7%), que somadas, amenizaram a queda geral em 1,5 p.p..
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, as sucessivas quedas nas vendas do varejo paulistano evidenciam a continuidade e consolidação de mais um ano recessivo com reflexos sobre as vendas do Natal de 2015. Em 2016, a Federação prevê grandes obstáculos para os empresários do comércio da capital. Os estoques elevados e grandes compromissos de custos que são naturais do início de cada ano geram diminuição da liquidez, estimulando as promoções e liquidações de maneira ainda mais intensa.
Nota metodológica
As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).
Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.
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