Com a primeira medida já tomada, a de preservar a vida e a saúde das pessoas, agora, com mais calma, vejo que o foco dos franqueadores está em como sobreviver a essa crise econômica que estamos começando a enfrentar. É uma situação, para muitos do varejo, de faturamento zero, e ainda assim é preciso manter um olhar no momento atual e outro, mais otimista, nos projetos para o pós-crise.
No momento atual, para ver o que é possível ser feito, não há nada mais eficiente do que uma conversa franca com cada um dos franqueados. Aqui no Brasil, os donos de franquias, em sua grande maioria, não são investidores – são pessoas que tiram do negócio o sustento da própria família. É preciso olhar com muita atenção a cada um deles.
Adotar uma estratégia colaborativa, em que cada um cede onde e quanto pode, é uma opção, e a que estamos adotando no Grupo Ornatus. É importante o franqueador dar o suporte necessário aos seus franqueados que precisam de fôlego financeiro neste período, então cabe negociar as obrigações financeiras de cada um e assessorar os franqueados nas negociações dos aluguéis das lojas com os shopping centres. Em outra frente, franqueadores podem entrar em contato com os bancos para obter soluções de crédito para seus franqueados, para que seja possível captar recursos para manter as lojas abertas após o término do isolamento social.
Outra medida que o franqueador pode tomar é prorrogar o pagamento das próximas compras de produtos e de royalties quando as lojas reabrirem, para ajudar no fluxo de caixa de cada franquia.
Por outro lado, é importante mostrar ao franqueado que o esforço é conjunto, e que, como disse antes, cada um cede onde pode e estende o braço até onde pode. Não há nada de errado em pedir aos franqueados que têm caixa para suportar esse solavanco que paguem seus compromissos com a franqueadora em dia. Entendo que vale uma negociação caso a caso, com o objetivo maior de preservar a marca, sair vivo dessa e manter as bases para uma reconstrução pós-crise.
Construir uma rede de franqueados é um processo árduo, de muitos anos de trabalho. O objetivo deve ser, ao máximo, manter a rede, tal como ela é. É um momento de colaboração, de cada um dar o que pode para, juntos, sairmos dessa mais unidos.