Enquanto economia ensaia retomada, “mercado formiguinha” está a todo vapor

Após um bom tempo de hibernação e de retração, o segmento da construção civil – um dos principais termômetros da economia, responsável por 6% do PIB brasileiro – começa a dar sinais de retomada. Entre os dados que ratificam esta informação estão os do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apontam que o crescimento do PIB do setor para 2019 será de 2%.  

Segundo levantamento da Pesquisa Tracking da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), os mesmos 2% se repetem quando o assunto é o crescimento das vendas de material de construção civil no varejo em setembro na comparação com agosto. Além disso, em relação ao mesmo período de 2018, a alta é ainda maior: 9%. Já no acumulado do ano, o incremento está em 3,5% e, nos últimos 12 meses, em 4,5%. Estes números representam sobretudo o segmento de pequenas reformas e autoconstrução, o que se convencionou chamar de “mercado de formiguinha”.  

“Setembro é um mês de baixo apelo promocional, mas é um termômetro importante para os últimos meses do ano, porque tradicionalmente as pessoas iniciam pequenas reformas e reparos para deixar a casa pronta para as festas de fim de ano”, explica Cláudio Conz, presidente da Anamaco, em entrevista ao blog da entidade.  

O executivo ainda completa explicando os motivos deste crescimento. “No início do mês, o governo aumentou ligeiramente a previsão de crescimento da economia de 0,81% para 0,85%, e nós já sentimos em setembro os efeitos iniciais dos cortes de juros e o início das liberações de recursos do saque imediato do FGTS. Isso mostra que os consumidores estão recuperando a confiança na economia e voltando a investir em suas casas”.  

Surfando nesta boa onda está a Casa do Construtor, maior rede de franquias brasileira no segmento de locação de equipamentos para construção civil e soluções para o dia a dia. “Até 2017, havia uma queda no ticket médio, mas um aumento no número de contratos. Depois disso, o ticket médio voltou a crescer”, revela o gerente de Operações da Casa do Construtor, Fábio Spina. 

 Além disso, o faturamento da rede cresceu 25% no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018, e a expectativa é de que o montante chegue a R$ 270 milhões no ano. Atualmente, a rede conta com 275 unidades distribuídas pelo Brasil – com estimativa de fechar o ano com 300. Em 2018, o negócio faturou R$ 223 milhões.