Empresário fatura R$ 5 milhões com negócio de caricaturas em canecas

Com talento que veio do berço, Wdson Sandenys, mais conhecido como Dinho, desenhava pra todo mundo desde criança. Cresceu com o sonho de trabalhar com desenho, mas nunca achou que conseguiria viver 100% deste ofício. Quando completou 22 anos, decidiu cursar faculdade de logística, mas continuou a desenhar como forma de lazer. “Eu sempre desenhava muito, até mesmo em sala de aula. Foi quando uma colega de sala viu e quis fazer uma encomenda para dar de brinde na empresa em que trabalhava”. Foram encomendadas 50 canecas, por R$ 50,00 cada. “Acabei faturando mais do que eu ganhava com o trabalho de logística. Com isso, percebi que poderia viver fazendo caricaturas, larguei o meu emprego e resolvi apostar no meu sonho”, recorda.

Dinho começou o trabalho de caricatura em 2009, porém a primeira experiência foi um tanto frustrante. Sem portfólio e utilizando papel e lápis para desenhar — o que atrasava muito o processo — não vendeu quase nenhum trabalho. Outro problema que encontrou foi a questão dos traços muito caricatos que utilizava, como bocão e narigão — típicos do estilo caricatura. “As pessoas ficavam ofendidas e não achavam engraçado, principalmente as mulheres. Então, passei a fazer as pessoas de um modo mais bonito, com traços de Cartoon. As pessoas gostaram tanto, que começaram a divulgar a marca. Até hoje, esse estilo de desenho é o grande diferencial da empresa”, comenta Dinho.

:: DESENHO PROFISSIONALIZADO

Ao se profissionalizar em desenho digital, Dinho abriu sua primeira empresa, a Dinho Caricaturas. O empresário ficava em frente as lojas de Jundiaí, cidade onde morava, abordando os funcionários e oferecendo suas caricaturas. “Eu pedia uma foto deles e fazia a caricatura. Se a pessoa gostasse, ela pagava. Fiz isso durante uns 3 meses. Depois de um tempo, as pessoas começaram a me pedir para desenhar seus filhos, cachorros, amigos. Em 4 meses eu já recebia tantos pedidos que eu precisei me profissionalizar ainda mais”, conta. Em 2010, a empresa já contava com atendente, colorista e desenhistas.

2013 foi o auge da Dinho Caricaturas, que contava com 10 desenhistas contratados. “Foi neste ano que eu precisei trocar o nome da marca. Como a empresa levava o meu nome, os clientes questionavam se era eu mesmo quem estava fazendo os desenhos”, relembra. Foi quando Dinho se dedicou 100% a gestão da empresa, que passou a ser chamada “Cartoneria”. “Para essa marca, eu tive uma proposta de negócio onde eu fazia qualquer tipo de desenho, para qualquer pessoa, já que eu tinha muitos desenhistas para isso. Mas eu percebi que as pessoas gostavam mesmo era de um único produto que tínhamos acabado de lançar, que era caricatura em canecas. 99% das vendas da empresa era desse produto”.

:: NASCE A CARICANECAS

Com o crescimento das vendas de canecas, Dinho criou um site apenas para a comercialização deste produto, dando origem a Caricanecas. “O site funcionava como um drive thru. O cliente enviava uma foto e eu fazia a caneca com o desenho dele. Esse site deu muito mais certo do que o da Cartoneria. Somente no primeiro mês de funcionamento, eu cheguei a vender 400 canecas”, afirma.

O empresário credita o sucesso da marca ao estilo de desenho oferecido. “Nosso traço é mais voltado para o cartoon, que significa desenhos engraçados, mas sem traços carregados. O cartoon deixa a pessoa mais bonita, o que agrada muito mais do que a caricatura comum”. Hoje a empresa já possui mais de 50 funcionários, sendo 37 desenhistas fixos. “Se tivermos uma encomenda de 200 canecas para serem entregues em uma semana, conseguimos. Nenhuma outra marca no mercado entrega, o que acaba sendo mais um diferencial”, complementa.

A marca fez tanto “barulho” no mercado, que Dinho passou a receber muitos pedidos de interessados em vender o produto. Então, em 2018, a Caricanecas entrou para o franchising.

:: EXPANSÃO DA REDE

“Entrar para o mercado de franquias foi a grande virada da Caricanecas, comemora o empresário. Pode-se dizer que desde que a marca ingressou no franchising, foi vendida uma unidade por dia. Já são mais de 500 unidades em todo o Brasil. Atualmente a franquia funciona no formato home based. Os franqueados prospectam os clientes, enviam as fotos para a franqueadora e os desenhistas fazem as caricaturas. Em média, são desenhadas 500 caricaturas por dia.

Em 2020, a rede possui grandes planos. Ainda no início do ano, deve-se inaugurar as primeiras unidades físicas da marca, em formato de quiosque. Também há projeção para a expansão internacional, que deve começar no Chile, Portugal e Argentina. O crescimento deve impactar nos números da rede este ano: a projeção é alcançar 200 desenhistas fixos, 1.200 unidades abertas e um faturamento de R$ 10 milhões.

“Estou bastante otimista para 2020. Sei que existem muitos aplicativos que fazem caricaturas, mas eles nunca vão saber dar o toque humano no desenho. É facilmente reconhecido as diferenças de uma caricatura feita por um aplicativo e uma feita por um profissional, principalmente a semelhança com a pessoa. E é esse nosso diferencial que tem feito o negócio crescer de maneira acelerada”, finaliza.