Em abril, 37% dos paulistanos declararam possuir reserva financeira, menor patamar desde maio 2017

Segundo a FecomercioSP, a queda no índice de segurança de crédito foi mais acentuada entre os endividados, de 12,2%

A parcela de paulistanos que declararam ter a intenção de comprar um produto com pagamento parcelado ou financiado nos próximos três meses caiu em abril, passando de 21,5% em março para 19,2% no mês atual. Com isso, o Índice de Intenção de Financiamento, que havia subido 10% entre janeiro e março, atingindo 44 pontos, agora volta ao patamar de 39,1 pontos, retração mensal de 11%. É o que aponta a Pesquisa de Risco e Intenção e Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade de pagamento de dívidas com base na posse de reservas financeiras, também se deteriorou de maneira generalizada. O Índice Geral caiu 7,3%, ao passar de 80,4 pontos em março para 74,5 pontos em abril, o que significa que 37% dos paulistanos declararam ter algum tipo de reserva, o menor patamar desde maio do ano passado. Em relação a abril de 2017, o indicador recuou 9,1%.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a queda na segurança de crédito foi mais acentuada entre os endividados, de 12,2%, ao passar de 62,6 pontos em março para 55 pontos em abril. No comparativo anual, o recuo foi de 15,3%. O índice dos não endividados também caiu (-5,7%), passando de 101,6 para 95,9 pontos nesse mesmo período. Em relação a abril do ano passado, houve retração de 6,2%.

Segundo a Entidade, com a melhora na situação do emprego, esperava-se um quadro um pouco melhor em relação aos índices de intenção de financiamento e de segurança de crédito. A expectativa da Federação é que os resultados apurados em abril sejam apenas o reflexo de um desânimo momentâneo do consumidor, e não uma reversão de tendência.  

Aplicação 

Em abril, 56,5% dos paulistanos escolheram a poupança como modalidade de investimento, queda de 2,4 pontos porcentuais (p.p.). em relação a março e 3,3 p.p. inferior ao mesmo período do ano passado. Apesar de ainda ser a aplicação favorita, atingiu o menor patamar da série histórica, iniciada em junho de 2012.

As aplicações em renda fixa seguem em segundo lugar na preferência dos entrevistados, com 21,9%. A previdência privada, na esteira do tema do momento que é a Reforma da Previdência, tende a ser outra boa opção e, neste mês especificamente, subiu 3,1 pontos porcentuais, atingindo 9,9% e se recuperando da queda verificada em março.

A FecomercioSP enfatiza que essa é uma boa notícia, pois durante muitos anos o brasileiro, principalmente aqueles de rendas baixa e média, basicamente só via a poupança como opção. Segundo a Federação, o horizonte de possibilidades está crescendo, o que é positivo e se consolidará se houver manutenção das políticas econômicas tradicionais.