Os dados revelam que mesmo com a existência da desigualdade contra as mulheres no mercado coorporativo, elas estão presentes em todos os lugares, seja nas indústrias, nos comércios, negócios digitais, e principalmente no franchising.
No dia 6 de setembro comemora-se o Dia Internacional da Ação pela igualdade da Mulher e essa data, além de lembrar-se de toda a luta pela igualdade feminina, reforça a mulher como empresária e empreendedora.
Hoje são mais de 8 milhões a frente do próprio negócio, no franchising elas representam 50%, segundo dados da Associação Brasileira do Franchising (ABF).
Erika do Val, presidente da MChicken, rede de franquias de frango americano no balde, conta que ela e o marido iniciaram todo o projeto da marca, desde de o restaurante, até a comercialização das franquias.
“Não foi fácil, começamos com um capital enxuto, para pôr um produto no mercado, sem conhecimento específico em marketing entre outras coisas. Nós viemos de ramos completamente diferentes do que atuamos agora, então, tivemos que buscar informações sobre todos os âmbitos do empreendedorismo numa velocidade recorde, e fomos conhecendo as dificuldades no dia a dia”, conta Erika.
É o caso da Franqueada da Tutores em Campinas (SP), Maria Elenice, que decidiu iniciar uma nova etapa da vida, após 20 anos de trabalho como executiva em grandes empresas multinacionais.
A empreendedora conta que em sua trajetória profissional sempre esteve em ambientes extremamente competitivos, mas que sempre venceu pelo talento e trabalho duro. “Não trabalhei mais ou menos que meus pares masculinos, trabalhei melhor, assim como em algumas situações, outros foram melhores que eu”, explica.
Preconceitos na jornada? Sim, ela sofreu muito e dos mais diversos. “Mulher, nordestina, baixinha, sotaque forte, forasteira. Claro que muitos destes preconceitos fizeram grande diferença na minha vida, tornaram-me ser tão forte que não consigo ver preconceito e sim falta de conhecimento, pois todos somos iguais. Acredito muito que cada um pode fazer o que quiser, da forma que quiser, respeitando a individualidade. E isso elimina qualquer conceito preestabelecido, qualquer regra feita. Vá e faça, independente do que outros pensem, falem ou façam”, declara Maria Elenice.
A Franqueada da Home Angels em Perdizes(SP), Marcia Novaes, conta que trabalhou por 25 anos à frente de um Buffet infantil, que também era franquia. “Acredito que o knob–show das redes de franquias vale ouro e merece nosso respeito”, comenta
Devido à crescente concorrência daquele setor, seu negócio já não faturava como nos anos anteriores. Foi então que decidiu investir em outra área. “Vendi minha parte para minha sócia e, enquanto encerrava todo o processo de saída, minha mãe teve um grande AVC. Foi um susto para todos da família e acabei cuidando dela junto com três pessoas que conhecia na área de cuidadores de idosos”, conta.
Nesse período, começou a observar como este mercado de atendimento ao idoso era precário, foi então que decidiu fazer um curso de cuidador para ajudar verdadeiramente sua mãe. Tornar-se uma franqueada Home Angels foi uma consequência desse momento delicado de sua vida.
A ex-enfermeira Mayla Gil, trabalhou por 7 anos em um grande hospital em São Paulo e, após ser demitida, investiu sua rescisão em uma área que nunca havia atuado. Hoje, está à frente da unidade Mary Help, que é o maior sucesso, localizada em Santana.
Mas se engana quem pensa que foi fácil. Logo no início, Mayla sofreu alguns preconceitos. “Alguns amigos falaram que eu era louca de abrir um negócio, ainda mais no meio da crise. Muitas vezes, sentia um certo machismo pelo fato de ser uma mulher à frente do negócio, mas não dei bola. Inclusive, sempre contei com a participação de minha filha em tudo por aqui”, afirma.
Infelizmente, estamos em um país onde o machismo predomina na sociedade, ainda mais no mercado coorporativo. Muitas mulheres com cargo similar ao do homem recebem bem abaixo, apenas por ser mulher. Uma triste realidade que deve ser mudada!