Os impactos da atividade humana, principalmente a industrial, diante da natureza provocam danos profundos e, por isso, a sustentabilidade tem sido pauta de muitos debates. E tanto no Brasil, quanto no mundo, a sociedade vem se envolvendo cada dia mais com essa causa.
De acordo com a pesquisa “Um Ecodespertar: Medindo a consciência global, engajamento e ação pela natureza“, da organização WWF, o engajamento da população com as causas ambientais cresceu 16% nos últimos cinco anos.
O relatório, feito pela Economist Intelligence Unit (EIU) a pedido do WWF, englobou 54 países, onde está 80% da população mundial e cobriu um período de cinco anos, de 2016-2020.
Os resultados mostram um crescimento contínuo de 71% em pesquisas na internet por produtos sustentáveis, um aumento de tuites relacionados à causa em 82%, com o envolvimento de líderes espirituais como o Papa, políticos, celebridades e grandes organizações do jornalismo como BBC e The New York Times. O volume de notícias sobre o tema cresceu 60% e a quantidade das que abordam protestos contra a destruição da natureza atingiu seu pico em 2019.
Consumo dita tendência
O comportamento do consumidor reflete no mercado, levando marcas e empresas a entrarem nesse universo consciente, como é o caso da Acquazero. Criada em 2009, a empresa que é especializada em limpeza automotiva, seguiu a linha ecológica, e desde então vem realizando serviços de estética automotiva utilizando o mínimo de água – como, por exemplo, a lavagem ecológica que usa apenas 300 ml.
“A Acquazero nasceu em um momento muito crítico de racionamento de água no Brasil. A marca sentiu que poderia fazer algo para mudar essa realidade e ajudar o mundo e, as pessoas gostaram da proposta e foram aderindo aos serviços. Atualmente, além de consolidados, somos referência no país quando o assunto é estética automotiva sustentável”, comenta Henrique Mol, diretor executivo da empresa.
No mesmo ano de inauguração, a marca se tornou franquia. Hoje são mais 500 unidades por todo território nacional. Mol estima que, em média, apenas com limpeza ecológica, as unidades atendam 75 mil clientes ao mês, e isso gera uma economia de pelo menos 20 milhões de água – no mesmo período.
“A cada ano são milhares de litros de água economizados! As pessoas estão entendo que todos devemos economizar esse bem natural para promover a sustentabilidade do nosso planeta e garantir o abastecimento das gerações futuras. E para nós, poder contribuir de verdade para isso, é muito gratificante”, comenta Mol.
Em outros processos, a Acquazero também trabalha com a metodologia ecológica. O diretor explica que todos os produtos utilizados são biodegradáveis e, quando é necessária a utilização de água, como a limpeza de estofados, por exemplo, o uso do mínimo de água se repete.
A aceitação do público pelos serviços vem crescendo constantemente. Recentemente, a franquia até ampliou as atividades, e passou a oferecer lavagem ecológica para embarcações e aeronaves.
Transformando a natureza em acessórios
Enquanto muitos ainda descobriam o conceito de sustentabilidade, a Orgânica Body&Spa, em meados de 1989, já disputava espaço nas prateleiras com seu produto “natural”. A empresa, conduzida pelo casal de empreendedores Luiz Galhardi e Pérola Galhardi, startou a ideia de transformar a natureza em acessórios de higiene e limpeza, com a bucha vegetal.
Desde então, a marca evoluiu e, hoje, a variedade abrange desde itens para corpo e banho, a perfumes, velas e muitos outros acessórios. “A sustentabilidade sempre esteve presente em nossa cultura. Nosso propósito, desde o início, é de desenvolver produtos que não agridem o meio ambiente e que sejam de alta qualidade para o consumidor. Com o tempo fomos nos aperfeiçoando, e hoje, nos orgulhamos em dizer que temos o maior portfólio de acessórios para banho do mercado e uma linha completa de cosméticos veganos”, fala João Galhardi, diretor de marketing da marca.
A bucha vegetal ainda proporcionar outro ciclo de sustentabilidade, sua produção consegue impactar positivamente o tripé sustentável: Economia (geração de empregos e renda), Social (parceria com pequenos agricultores) e ambiental (biodegradável e reutilizável).
Os produtos desenvolvidos pela marca possuem ativos vegetais, a Orgânica não utiliza em seus produtos, parabenos (conservantes químicos) e excesso de química, e ainda não realiza testes em animais. Além disso, Galhardi conta, que todas as fórmulas são desenvolvidas por um químico, cosmetólogo e perfumista, especializados.
Consumo em alta
Contribuindo para a disseminação do consumo consciente através de experiências positivas de autocuidado, a Orgânica entrou para o franchising em 2019. Atualmente possui mais de 20 franqueados por todo o Brasil e, realiza cerca de 1,2 milhões de vendas, todos os meses, através da somatória de toda a rede.
“As pessoas buscam cada vez mais utilizar em sua rotina, produtos que respeitam o meio ambiente e a vida. Esse é um mercado que vem crescendo muito no Brasil e, sentimos isso no nosso dia a dia, através dos nossos clientes”, conclui, Galhardi.
Números comprovam tendência
Pesquisas confirmam o posicionamento do empresário. Segundo um estudo divulgado pela Technavio, a estimativa é de que o mercado global de cosméticos veganos pode crescer o equivalente a quase R$ 18 bilhões até 2024, com uma taxa de crescimento anual composta de 4%. O aumento é avaliado como bem positivo, considerando as limitações impostas pela pandemia de Covid-19.
Em março, um relatório publicado pela ReportLinker informou que o segmento pode ultrapassar um valor global de R$ 118 bilhões até 2027, com taxa de crescimento anual composta de 5,1% e crescimento de mais de R$ 34 bilhões.
Já uma pesquisa da Grand View Research estima que até 2025 o mercado de cosméticos pode chegar a valer mais de R$ 106 bilhões, e impulsionado principalmente por jovens consumidores.