Entre 2013 e 2014, o mundo digital ganhava cada vez mais força. Mas o ensino de programação e robótica para crianças ainda não era algo vislumbrado pelo mercado. A partir da vivência de um jovem estudante mineiro que cursava Engenharia e estava em intercâmbio na França, surgiu a ideia de abraçar o mundo dos negócios oferecendo aulas de programação e robótica para o público infantil. Marlon Wanderllich, junto a dois irmãos e um primo, começou a dar aulas em um pequeno quarto de apartamento em Belo Horizonte, Minas Gerais. Cinco anos depois – mesmo período em que, segundo o levantamento Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo do IBGE, seis em casa dez empresas abertas em 2012 não conseguiram manter as portas abertas –, a escola de tecnologia, que atualmente pertence ao fundo de investimentos em educação Gera Capital, já está em mais de 40 endereços e pretende chegar a 100 unidades até 2021.
O caminho até as primeiras conquistas, quando tinham pouca experiência, acumulou frustrações, mas nunca ao ponto de fazer desistir da ideia de empreender. Com novos investimentos, o curso, batizado inicialmente de Buddys, foi ganhando fama na cidade, virou franquia, chegou a São Paulo e Santa Catarina, e chamou a atenção do fundo Gera Capital.
Em 2018, a “Buddys” virou “codeBuddy” e passou a fazer parte da holding Spot Educação, que foi estruturada a partir de um movimento de fortalecimento de novas marcas e soluções para atuar em novas frentes no segmento educacional. A holding engloba ainda a rede de escolas de inglês Cultura Inglesa – RJ, ES, GO, DF e RS, há 85 anos no mercado de ensino de idioma, os programas bilíngues Edify e GO Bilingual, além do curso online Hyper English. Desde a aquisição, a escola estipulou uma meta ousada: chegar a todas as regiões brasileiras até 2020 por meio de franquias. Adotando um modelo inovador, em parceria com unidades da Cultura Inglesa de quatro estados e do Distrito Federal, ampliou sua presença pelo país. Hoje, oferece dois modelos de investimento, o full e o light, com investimento total que pode variar de R$40 a 200 mil.
Se quando os jovens iniciaram a jornada empreendedora o segmento começava a crescer no Brasil, atualmente, segundo dados da Associação Brasileira Franchising (ABF) divulgados no segundo trimestre do ano, o segmento de educação foi o segundo com o maior crescimento. Estudos como o Mapeamento de Edtechs, elaborado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira e Associação Brasileira de Startups, apontam que a maioria dos estados brasileiros (73%) possuem, no mínimo, três edtechs – empresas que trabalham com tecnologia voltada para educação – em atuação.
Sobre a importância de ensinar tecnologia para crianças e adolescentes, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, entre 65% e 70% das crianças que ingressam no Ensino Fundamental atualmente trabalharão em empregos que nem sequer existem nos dias de hoje. Ou seja, o ensino tecnológico pode equipá-las com habilidades indispensáveis para o mercado de trabalho do futuro, o que representa uma enorme oportunidade para esse segmento. “Criamos uma metodologia que permite o aluno se matricular em qualquer época do ano, o que torna o nosso negócio bem dinâmico”, explica Marlon.
Com metodologia inovadora, as aulas estimulam o desenvolvimento de habilidades como raciocínio lógico, concentração, capacidade de resolver problemas, trabalho em equipe, interesse pelo conhecimento, visão empreendedora, criatividade e autonomia. Nos cursos, cada aluno aprende no seu tempo. Agora no mês de novembro, a codeBuddy completa 5 anos e, já fazendo parte do Gera, a passou também a oferecer soluções voltadas para escolas regulares: a codeBuddy Schools. “Sem dúvida, o ensino de robótica e programação é o novo inglês. Assim como as escolas vêm buscando oferecer programas bilíngues pela demanda do mercado, percebemos que há um movimento semelhante em relação ao ensino de programação e robótica. É um caminho sem volta”, diz Eduardo Honzak, Diretor da codeBuddy.
Em 2019, a escola chegou ao Nordeste, nos estados de Pernambuco e Paraíba, bem como expandiu para o Paraná, chegando à cidade de Londrina, e pelo interior de São Paulo, além de aumentar a presença no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal também por meio de unidades “store in store”.