Izabel Cristina dos Reis tem cinquenta e um anos e uma história semelhante à de muitas mulheres brasileiras. Moradora da periferia de São Paulo, começou a trabalhar aos 13, engravidou aos 18 e largou a escola após o nascimento dos filhos. De origem humilde, sem escolaridade ou grandes planos profissionais, chegou, a certo ponto, a acreditar que a maior ambição a que tinha direito era a de ocupar a posição de supervisora de limpeza de um estabelecimento comercial.
“Se eu não tivesse conhecido a JAN-PRO, jamais teria me tornado uma empresária”, diz ela. “Nunca passou pela minha cabeça que eu pudesse ser uma empreendedora, por isso sou muito agradecida por ter tido essa oportunidade”.
Izabel tornou-se dona da prestadora de serviço do condomínio do qual foi empregada por quase três anos, após passar grande parte de sua adolescência e vida adulta atuando no segmento de limpeza. A empresária, filha de um comerciante e uma líder comunitária, começou a trabalhar como diarista na casa de uma vizinha aos 13 anos. Ainda adolescente, engravidou, mas três anos depois do parto, conquistou uma recolocação em outra casa de família. A experiência durou pouco. Izabel queria “crescer mais”.
A empresária já era mãe de três filhos quando passou a trabalhar de forma temporária em fábricas de cosméticos e empresas de embalagens. As oportunidades de emprego se mantiveram incertas até Izabel ser indicada para uma vaga aberta em uma empresa de limpeza terceirizada. A vaga era de supervisora, e Izabel não era qualificada para a posição, mas aceitou um trato proposto pelo empregador: submeter-se a uma experiência de três meses. Durante o teste, a novata teve um desempenho melhor do que o esperado e garantiu a vaga, de auxiliar de limpeza, em uma escola de alto padrão da Vila Olímpia. Dali por diante, sua dedicação e eficiência foram paulatinamente sendo reconhecidas, e ao fim dos 17 anos trabalhados na mesma empresa, tornou-se supervisora de limpeza em um condomínio de uma região nobre da cidade. Izabel achou que aquele era o limite.
Eis que em 2013, a empresa de limpeza comercial para a qual Izabel trabalhava perdeu o contrato do condomínio de luxo. “A JAN PRO estava entrando, e o gerente do condomínio, que gostava muito do meu trabalho, levantou a possibilidade de eu continuar trabalhando no complexo residencial, mas sob a tutela da JAN PRO”, lembra Izabel. “Eu sabia que a empresa precisava de um gerente operacional e eu tinha o que eles precisavam, conhecia toda a estrutura e a administração do condomínio”, acrescenta.
Izabel não apenas foi contratada pela JAN PRO como teve, dali em diante, uma ascensão profissional meteórica. Enquanto gerente operacional, ela passou a ter contato diário com os quatro franqueados da JAN PRO que dividiam as tarefas de limpeza das nove torres do condomínio residencial. Entre uma conversa aqui e uma conversa ali, Izabel descobriu que todos os franqueados que prestavam serviços no condomínio haviam sido empregados, assim como ela, e durante uma reunião com o então diretor da JAN PRO, notou que ela própria poderia ser também uma franqueada.
“Era um universo do qual nunca havia pensado em fazer parte, mas ali nasceu a vontade de arriscar e tentar, e eles abriram as portas para mim”, conta.
Izabel não tinha dinheiro guardado, mas conseguiu dar entrada no modelo de franquia da JAN PRO que demandava o menor valor de investimento com as economias que conseguiu juntar ao longo do ano em que trabalhou como gerente operacional. Para a sua surpresa, ela recebeu, pouco tempo depois, a proposta de se encarregar de um dos contratos do condomínio no qual trabalhara como funcionária de limpeza. O contrato era rígido demais, e um dos franqueados que ela conhecera havia deixado de atender algumas torres do complexo. O caminho ficara livre para Izabel. Só havia um problema. Para aceitar a proposta que a JAN PRO havia lhe feito, ela precisaria adquirir um modelo de franquia mais caro, de R$ 40 mil. De onde ela tiraria todo aquele dinheiro depois de ter investido todas as suas economias em outro negócio? “A JAN PRO facilitou a forma de pagamento, e eu consegui adquirir o novo modelo em 24 parcelas”, relata Izabel.
Entre a contratação de Izabel pela JAN PRO e a compra de sua ‘segunda’ franquia, passou-se pouco mais de um ano. Em pouco mais de doze meses, Izabel deixou a condição de empregada e passou a condição de empregadora. Hoje, ela lidera uma equipe de 12 funcionários.
Izabel continua levando uma vida simples. Todas as manhãs, vai ao escritório, localizado em um bairro da periferia de São Paulo, envia os relatórios aos clientes, e sai à rua para fazer a prospecção de novos clientes. Pelo menos quaro vezes por semana, vai até os estabelecimentos atendidos por sua equipe para checar pessoalmente se o trabalho está sendo realizado corretamente. “Tenho um rádio de comunicação direta com os meus clientes, mas gosto de fazer reuniões com a equipe e acompanhar o andamento do trabalho”, diz ela.
“Minhas funcionárias costumam dizer que gostam muito de mim, mas que eu sou muito exigente, e eu realmente sempre fui muito exigente, mas tem coisas que aprendi com meu ex-patrão, de quem hoje eu sou concorrente”, indica.
Izabel mora com duas filhas e um neto, ficou viúva recentemente. O filho mais velho trabalha ministrando cursos de widsurf e o mais novo é vendedor em uma concessionária de carros importados.
“Ele gosta de vendas”, conta. “Quem sabe no futuro?”, indaga fazendo menção a uma possível participação do filho no próprio negócio. “As filhas eu estou tentando trazer – uma me ajuda na parte administrativa, mas a outra ainda precisa terminar os estudos – “, explica.
Izabel fatura R$ 31 mil, por mês. Por enquanto, seu lucro gira em torno de R$ 4 mil a R$ 5 mil, mas ela sabe que esse valor deve crescer em breve. “Acabei de pagar minha franquia, e continuo aprendendo a cada dia como empreender”, conta. “Ainda estou descobrindo quanto posso gastar e, às vezes, preciso retirar mais porque preciso investir um pouco mais, mas acho que estou me saindo bem”, avalia.
Izabel voltou a fazer um curso de informática e planeja terminar o ensino médio e iniciar uma faculdade de administração no futuro. Por agora, sua meta é conquistar novos clientes e fidelizar os antigos, e fazer a empresa crescer.
“Não sou apenas uma empreendedora, mas também uma empregadora, e tenho muito orgulho disso”, diz ela. “Quero que minha empresa dê lucro, mas também quero dar emprego a outras pessoas”.
Izabel organiza uma pequena celebração para os funcionários do mês – com direito a foto e bolo – e prepara um almoço de confraternização para todos os colaborares no final do ano. Valoriza seus contratados de um modo que apenas um empregador que já esteve na mesma condição que eles faria.
“A vida não é fácil, sempre lutei muito, tenho orgulho das casas em que trabalhei e jamais terei vergonha de dizer como eu comecei a minha carreira e como eu cheguei até aqui”.