Coronavírus: Precisamos falar sobre o mercado

Sim, o mercado de ações está no chão, abaixo dos pés. Sofreu uma pancada desde que o coronavírus tem varrido o mundo. Manter a calma e seguir em frente não é fácil quando você está preocupado com uma pandemia global de saúde, tendo à frente, um portfólio severamente ensanguentado. Sim, eu sei. Mas é importante que os investidores lembrem-se de alguns pontos-chaves nesses tempos estressantes.

É péssimo falar sobre isso, principalmente de maneira direta, mas, sabemos muito bem, que é na dor que os melhores investimentos são feitos. Desculpem-me a franqueza, caros leitores, sei que a preocupação é letal. Compartilho dela. Não estou isolado em uma ilha, tenho família, me preocupo com as consequências deste vírus devastador, mas me propus a falar sobre investimentos e, sim, vocês sabem muito bem as conquistas de quem investe na crise, seja ela de qual âmbito for.

O declínio do mercado é assustador. Mudanças diárias têm acontecido. Nos Estados Unidos, por exemplo, à medida que o mercado de ações cai, as pessoas fogem para o mercado de títulos, elevando seus preços e diminuindo as taxas. Com isso, o Tesouro de 10 anos, na última sexta-feira, estava em 1,15%, o menor nível histórico. O Tesouro de 30 anos estava em 1,66%, outra baixa histórica de todos os tempos. Nunca viram taxas tão baixas. Quando as taxas caem, os preços dos títulos existentes sobem. As taxas de imóveis? A taxa de uma hipoteca de 30 anos está em 3,45%, apenas um pouco acima da mínima histórica de 3,3% a partir de 2012.

Mas o que isso tem a ver com você? Estou falando sobre isso para que entenda a volatilidade do mercado. A frase “no pain, no gain” (sem dor, sem ganho) não nasceu nas academias, ela nasceu no ramo de negócios. Todo negócio envolve riscos, maior ou menor, conforme seu próprio tamanho. É quase uma ciência exata. Então, posso investir, mesmo em meio a esta pandemia? Não só pode como deve.

Eu, particularmente, não gosto muito de mercados em que a variação se estenda às margens das minhas mãos. Sou investidor de negócios, não de números. Analisando minhas duas últimas frases, aparentam se tratar de humor, redundância literal. Sei que investir em negócios num país economicamente instável como o Brasil e dizer que é mais seguro, talvez seja de mau gosto para o momento, mas explico. Gosto de ser o capitão do navio. Negócios que envolvem público-alvo dependem quase que exclusivamente de estratégias. Diferente de negócios que envolvem majoritariamente variações e especulações impostas e desordenadas. 

Como funciona o mercado em meio à crise? O pânico acontece. Histeria coletiva. Os investidores de ações perdem dinheiro que já não lhes pertencia. Bolsa cai, moedas sobem, pânico, pânico, pânico. Qualquer notícia é capaz de gerar altas e quedas. O mercado financeiro é movido por especulações. Mas isso tudo você já sabe.

E no dia a dia? Nas ruas? Na vida real, como funciona? Sejamos francos, nem todos entram em pânico. A grande maioria dos trabalhadores, empregadores, empregados e investidores está apenas tentando levar seus filhos para a escola, dirigir para o trabalho e tornar o dia mais inteligente e produtivo do que foi ontem.

Os investidores mais inteligentes sabem que daqui a três meses, no pior dos cenários, as coisas começam a se estabilizar. O mercado menor, mais inseguro e suscetível, aquele que poupou água e comida, que achou que o mundo ia acabar na paralisação dos caminhoneiros, começa a gastar de novo. Este é o público-consumidor pilar da sociedade. O que come, bebe, compra, consome.

Qual a minha sugestão, de maneira objetiva? Invista em negócios. Abra mercado em sua região. O período de implantação de um negócio, seja próprio ou franquia, vai levar aproximadamente esses mesmos três meses. Então, caro amigo, agora pode ser a sua hora. Quando o pânico pegar suas malas e a estabilidade micro econômica voltar a respirar, fazendo com que os consumidores do mundo real voltem a gastar seu dinheiro, é no seu negócio que irão gastar. Você começará mais forte do que nunca.

Peço desculpas pela franqueza e indelicadeza de falar sobre esse assunto em meio ao caos instaurado, mas me propus a alertá-lo e, assim, o fiz. Não pare. Não guarde dinheiro. Quer crescer em sua vida empresarial? Agora é a hora. É neste momento que os maiores investidores do mundo estão se preparando para ficarem ainda mais fortes. E é na crise, também, que os menores se tornam grandes.